Um editorial publicado nesta sexta-feira pelo diário francês Le Monde afirma que o controle do FMI permanecerá nas mãos de um europeu graças às divisões entre os países emergentes. “A francesa Christine Lagarde (atual ministra da Economia do país) será muito provavelmente a próxima diretora-geral do FMI. Uma razão, uma só: os emergentes não parecem concordar com um candidato único”, afirma o texto.
Desde a renúncia à chefia do FMI do também francês Dominique Strauss-Kahn, preso em Nova York acusado de assédio sexual e tentativa de estupro, os principais países emergentes vêm defendendo que o novo diretor-geral seja um representante das nações em desenvolvimento. Desde a criação do sistema financeiro internacional, em 1945, que a direção-geral do FMI fica tradicionalmente a cargo de um europeu, enquanto o Banco Mundial é dirigido por um americano.
Para o Monde, o atual cenário mostra que o BRIC, grupo que reúne os países emergentes Brasil, Rússia, Índia, China e, mais recentemente, África do Sul, é incapaz de alterar a velha ordem mundial. “Se existem muitos poderes emergentes, eles não têm nem a unidade política nem a comunhão de interesses ou valores necessários para formar um bloco”, afirma o editorial. Para o jornal, Lagarde “será provavelmente eleita com os votos de vários dos BRICs”.
Sem propostas
O editorial cita um artigo do cientista político francês Zaki Laïdi, segundo quem os países emergentes são “uma força para protestos, mas não para propostas” e são “marcados por velhas rivalidades regionais”. O texto observa que seria difícil imaginar o Brasil apoiando o mexicano Agustín Carstens, único candidato forte da América Latina, por causa do “ego latino-americano”. Da mesma maneira, o jornal diz que é difícil imaginar a Índia apoiando um candidato chinês.
O editorial também aponta divisões políticas entre os países BRIC, exemplificadas nas críticas da China e da Rússia às iniciativas de Brasil e Turquia no ano passado por um acordo sobre o programa nuclear iraniano. Para o jornal, “enfrentados com alguns dos principais problemas atuais, os mercados emergentes não têm um programa único”.
“Eles não têm nada a dizer por si mesmos – da luta contra a proliferação nuclear ao combate à pirataria marítima, da desestabilização do Oriente Médio ao aquecimento global, muito do ‘trabalho’ é feito pelo ‘velho mundo’”, afirma o jornal.
Desde a renúncia à chefia do FMI do também francês Dominique Strauss-Kahn, preso em Nova York acusado de assédio sexual e tentativa de estupro, os principais países emergentes vêm defendendo que o novo diretor-geral seja um representante das nações em desenvolvimento. Desde a criação do sistema financeiro internacional, em 1945, que a direção-geral do FMI fica tradicionalmente a cargo de um europeu, enquanto o Banco Mundial é dirigido por um americano.
Para o Monde, o atual cenário mostra que o BRIC, grupo que reúne os países emergentes Brasil, Rússia, Índia, China e, mais recentemente, África do Sul, é incapaz de alterar a velha ordem mundial. “Se existem muitos poderes emergentes, eles não têm nem a unidade política nem a comunhão de interesses ou valores necessários para formar um bloco”, afirma o editorial. Para o jornal, Lagarde “será provavelmente eleita com os votos de vários dos BRICs”.
Sem propostas
O editorial cita um artigo do cientista político francês Zaki Laïdi, segundo quem os países emergentes são “uma força para protestos, mas não para propostas” e são “marcados por velhas rivalidades regionais”. O texto observa que seria difícil imaginar o Brasil apoiando o mexicano Agustín Carstens, único candidato forte da América Latina, por causa do “ego latino-americano”. Da mesma maneira, o jornal diz que é difícil imaginar a Índia apoiando um candidato chinês.
O editorial também aponta divisões políticas entre os países BRIC, exemplificadas nas críticas da China e da Rússia às iniciativas de Brasil e Turquia no ano passado por um acordo sobre o programa nuclear iraniano. Para o jornal, “enfrentados com alguns dos principais problemas atuais, os mercados emergentes não têm um programa único”.
“Eles não têm nada a dizer por si mesmos – da luta contra a proliferação nuclear ao combate à pirataria marítima, da desestabilização do Oriente Médio ao aquecimento global, muito do ‘trabalho’ é feito pelo ‘velho mundo’”, afirma o jornal.