O Banco Central Europeu (BCE), o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a Comissão Europeia disseram, em nota divulgada hoje sobre as conclusões das equipes técnicas após missão na Grécia, que o governo grego se comprometeu com uma ambiciosa estratégia fiscal de médio prazo, capaz de levar o país a manter suas metas fiscais para 2011 e para o médio prazo.
Esta estratégia, diz a nota, inclui "uma redução significativa do emprego no setor público, reestruturação ou fechamento de entidades públicas e racionalização dos benefícios, protegendo, ao mesmo tempo, grupos vulneráveis". No lado da receita, informa a nota, o governo irá reduzir os benefícios de impostos, aumentar os impostos sobre as propriedades e acelerar esforços para combater a evasão fiscal.
O BCE, o FMI e a Comissão Europeia chegaram a um acordo com as autoridades para o estabelecimento de políticas econômicas e financeiras necessárias para atingir os objetivos do programa econômico em andamento no país.
A nota diz que houve significante progresso, em particular na área de consolidação fiscal, durante o primeiro ano do programa de ajuste. Mas que reformas estruturais amplas e um maior vigor fiscal são necessários para reduzir mais o déficit do país e atingir "a massa crítica das reformas necessárias para melhorar o ambiente aos negócios e solidificar o caminho para a recuperação econômica".
Plano de privatização
O governo da Grécia está comprometido em acelerar significativamente seu programa de privatização, informaram o BCE, o FMI e União Europeia hoje.
Para atingir esse objetivo, o governo grego criará uma agência de privatização profissional e administrada de forma independente e elaborará uma lista detalhada de bens para serem privatizados a fim de obter uma receita de 50 bilhões de euros até o final de 2015. Segundo o comunicado, o governo grego também irá avaliar os progressos das metas intermediárias trimestrais e anuais.
Setor financeiro
A liquidez do setor financeiro da Grécia permanece apertada, mas políticas estão em curso para garantir a oferta adequada de liquidez ao sistema bancário, destacaram o BCE, o FMI e a União Europeia.
Segundo a nota divulgada hoje, o setor bancário da Grécia continua fundamentalmente sólido e as autoridades estão aumentando as exigências de capital para fortalecer mais os colchões de capital, dando prioridade às soluções baseadas no mercado privado. "No entanto, o Fundo de Estabilidade Financeira está disponível como uma proteção para os bancos em boas condições financeiras, que não podem levantar capital no mercado privado", destacaram as instituições.