A nota distribuída nesta sexta-feira pelo Banco Central Europeu (BCE), Fundo Monetário Internacional (FMI) e a Comissão Europeia sobre as conclusões das equipes técnicas após missão na Grécia termina com a indicação de que agora ocorrerão discussões sobre "modalidades de financiamento para o programa econômico da Grécia, a partir das próximas poucas semanas". A nota prossegue informando que "após a conclusão desse processo e seguindo-se à aprovação do Conselho Executivo do FMI e do Eurogrupo, a próxima parcela de ajuda estará disponível, mais provavelmente, no início de julho.
Hoje, após algumas semanas de avaliação do cumprimento das metas do programa de ajuda da União Europeia, do BCE e do FMI do ano passado, as equipes técnicas representando cada uma das autoridades divulgaram a conclusão da missão na Grécia. As equipes concluíram que a Grécia terá de aprofundar as medidas fiscais, de reformas estruturais e de privatização para atingir as metas previstas em tal programa.
O BCE, o FMI e a Comissão Europeia disseram ainda, na nota, que novos progressos foram feitos pelo governo da Grécia com as reformas estruturais. "Legislação para modernizar a administração pública, reforma da saúde, melhorias no funcionamento do mercado de trabalho, eliminação de obstáculos à criação e funcionamento de uma empresa e liberalização do transporte e energia já foram implementados ou estão em andamento", segundo a nota.
As instituições disseram também que governo grego vai continuar a avançar nessas áreas, com particular ênfase nos próximos meses sobre os condutores do crescimento, como a recuperação da indústria do turismo e a remoção dos obstáculos administrativos para a exportação.
Para se certificar de que as estruturas da reforma são eficazes o mais breve possível, as autoridades gregas irão reforçar o processo de implementação, nomeadamente através da assistência técnica do FMI, Estados-membros e Comissão Europeia, e colocar os mecanismos de acompanhamento em andamento, de acordo com a nota.
O primeiro-ministro de Luxemburgo e presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, afirmou hoje esperar que os países da zona do euro forneçam novos empréstimos para a Grécia, depois de o primeiro-ministro grego, George Papandreou, prometer criar uma agência para realizar vendas rápidas e transparentes de ativos estatais.
No entanto, Juncker sugeriu que os empréstimos só serão fornecidos se credores do setor privado da Grécia voluntariamente oferecerem algum tipo de apoio para manter o país financiado. As declarações foram feitas depois de duas horas de reunião entre as duas autoridades.
"Eu espero que o Eurogrupo concorde que o financiamento adicional seja fornecido para a Grécia sob rígidas condições", disse Juncker. "Essas condições incluirão o envolvimento do setor privado em base voluntária e esse envolvimento terá de ser negociado com os credores privados", afirmou.
"Sob essas condições e nessa base, é óbvio que não haverá saída da Grécia da zona do euro (...) e a Grécia será capaz de honrar suas obrigações", acrescentou Juncker. Papandreou reiterou as declarações de Juncker e disse que a Grécia permanece comprometida com o cumprimento de todos os seus compromissos. Nenhum dos dois respondeu a perguntas de jornalistas.