A montadora de automóveis americana Chrysler passou oficialmente para o controle da italiana Fiat, que anunciou nesta sexta-feira a posse de mais de 50% do capital graças à compra da parte em poder do governo americano.
Dois anos depois de ter obtido 20% do capital e os comandos operacionais da terceira maior empresa de automóveis americana que saía da falência, a Fiat anunciou que vai passar a ter 52% do capital da Chrysler depois da compra de 6% que o Tesouro americano ainda detinha. Com isso, o governo americano deixa totalmente a montadora.A empresa italiana já tinha elevado a sua fatia a 46% no mês passado depois de um refinanciamento que a permitiu se livrar da dívida e obter 16% de Estados Unidos, Canadá e do sindicato do setor automobilístico UAW. "No momento em que o Tesouro se desfaz de seu investimento na Chrysler, está claro que a decisão do presidente (Barack) Obama de apoiar esta empresa e de reestruturá-la foi correta", saudou o secretário americano do Tesouro, Timothy Geithner.
"Hoje, as montadoras de automóveis americanas atravessam um dos renascimentos mais improváveis da história recente", acrescentou. A Chrysler, que voltou a ser superavitária no primeiro trimestre pela primeira vez desde a sua saída da falência, revisou quase toda a sua gama de veículos. Ela foi uma das duas únicas grandes montadoras, ao lado da coreana Huyndai, a registrar um aumento de suas vendas no mês passado.
No entanto, seu resgate atingirá o custo de 1,3 bilhão de dólares ao governo americano dos 12,5 bilhões que injetou na montadora para ajudá-la a sobreviver à crise econômica. O diretor geral da Fiat e da Chrysler, Sergio Marchionne, ressaltou em um comunicado que o acordo concluído com o Tesouro permite "acelerar" a integração entre os dois grupos e manifestou sua "gratidão" em relação ao governo Obama "por ter acreditado há dois anos na parceria com a Fiat".
A Fiat pretende adquirir até o final do ano mais 5% com o Canadá e com o UAW, quando a Chrysler já terá começado a produzir um carro econômico em parceria com a italiana. Marchionne também disse que sua empresa está interessada na compra de 1,7% ainda em poder do Canadá e da província de Ontário. No total, suas opções de compra dão a ela a possibilidade de chegar a cerca de 70% do capital. O diretor da Fiat quer estabelecer a aliança Fiat-Chrysler capaz de concorrer com as maiores empresas do setor, como a americana General Motors, a alemã Volkswagen e a japonesa Toyota.