Os países em desenvolvimento precisam reorientar suas economias para prevenir o superaquecimento e os danos decorrentes da inflação das commodities, a fim de preservar o forte crescimento e evitar uma aterrissagem abrupta. O alerta foi feito pelo Banco Mundial, na atualização de seu relatório "Perspectivas Econômicas Globais". De acordo com o documento, economias em desenvolvimento que estão no limite da capacidade produtiva, como Brasil, China e Índia, devem acelerar o aumento das taxas de juros, reduzir os gastos do governo e, em alguns casos, valorizar suas moedas.
Passado o estágio de combate à crise, os mercados emergentes "necessitam caminhar em direção a uma posição mais neutra em termos de política monetária e fiscal e recriar o espaço fiscal que havia antes da crise", disse Andrew Burn, um dos autores do relatório. As previsões do Banco Mundial para o crescimento da economia global foram apenas levemente alteradas em
Segundo a instituição, os maiores riscos para a perspectiva global são a potencial continuação dos aumentos nos preços dos alimentos, outra rodada de alta nos preços do petróleo e os persistentes problemas de déficit fiscal e dívida soberana que afligem as nações ricas. A turbulência política no Oriente Médio e o desastre natural no Japão pesaram pouco no crescimento mundial, a despeito dos impactos importantes nos respectivos países, disse o Banco Mundial.
A previsão de crescimento neste ano nos países de alta renda, com os atuais problemas de dívida soberana e a persistência das elevadas taxas de desemprego, foi agora reduzida para 2,4%, ante 2,2% no relatório de janeiro. A estimativa para 2012 é de 2,7%. Nos países em desenvolvimento, o Banco Mundial prevê uma desaceleração em relação ao crescimento de 7,3% verificado no ano passado, mas a previsão aumentou para 6,3% em 2011, ante os 6% estimados em janeiro. Em 2012, o crescimento previsto para esses países é de 6,2%.