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Estado de Minas

Microsseguro pode garantir renda em caso de desemprego, acidente ou morte


postado em 09/06/2011 08:16

Os 30 milhões de brasileiros que ascenderam à classe média nos últimos oito anos estão sob o risco de voltar para a base da pirâmide e até de depender de programas sociais, como o Bolsa Família. Caso o elevado endividamento dessa parcela da população se transforme em inadimplência aguda ou uma crise eleve fortemente o desemprego, esse grupo seria empurrado novamente para o piso da pirâmide social. Essa é uma das conclusões de um estudo do Centro de Regulação Financeira e Inclusão (Cenfri), instituição sul-africana que ajuda a formular modelos de regulação financeira para a inclusão social.

Entre as opções apontadas como solução para proteger o ganho social dessas famílias, o Cenfri destacou o microsseguro, que pode garantir, a baixo custo, uma renda em caso de desemprego, morte ou acidente que incapacite a pessoa para o trabalho. “Nos últimos dez anos, milhões de pessoas saíram da linha da miséria no Brasil. Estão gastando mais e contraindo dívidas”, alertou Hennie Bester, coordenador da pesquisa. “Sem poupança, as conquistas se tornam riscos. Se esse grupo não começar a

usar serviços do mercado financeiro agora para garantir o futuro, continuará recorrendo a programas assistencialistas para se manter, principalmente na aposentadoria”, argumentou.

Solange Beatriz Mendes, diretora-executiva da Confederação Nacional das Empresas de Seguros (CNSeg), é uma das defensoras do microsseguro. Para ela, falta o governo regulamentar tal operação, tornando-a mais acessível. “Produtos voltados para a população de baixa renda são relevantes para a inclusão financeira e organização das finanças das famílias ao longo da vida. O microsseguro atenderá necessidades de proteção, especialmente nos ramos de vida, com auxílio funeral, além de residência e acidentes pessoais”, explicou.

Além da regulação, o microsseguro enfrenta outros desafios para se consolidar. O estudo do Cenfri mostra que a maioria das vendas do setor se dá por intermédio de grandes redes varejistas, situação que deixa o consumidor com pouca informação. “Queremos melhorar o atendimento e o funcionamento do setor”, disse Solange, durante a 5ª Confederação Brasileira de Seguros (Conseguro), que termina hoje, em Brasília.

Na avaliação de Jorge Hilário Gouvêa Vieira, presidente da CNseg, é vital o combate à desinformação, simplificando a linguagem técnica para que os consumidores entendam o que estão comprando e provando que o seguro é uma forma importante de poupança. Alguns direitos também são ignorados. “Quase ninguém sabe que os financiamentos habitacionais têm seguro por morte, invalidez e dano físico do imóvel”, acrescentou José Américo Peón, da CNseg.


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