As vendas de eletrodomésticos e as compras para a Páscoa em supermercados impulsionaram o crescimento de 10% do comércio varejista em abril, na comparação com o mesmo mês de 2010, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A atividade de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo registrou expansão de 10,4% no volume de vendas no período, sendo responsável pelo principal impacto na formação da taxa de varejo (51%). O aumento no acumulado do ano foi de 4,7% e, nos últimos 12 meses, de 7,0%.
“Na Páscoa, o hipermercado volta a liderar a contribuição no índice. Enquanto no ano anterior os gastos foram feitos em março este ano as compras da Páscoa foram feitas agora em abril”, explicou Reinaldo Pereira, gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE.
O setor de móveis e eletrodomésticos, com variação de 19,3% no volume de vendas em relação a abril do ano passado, teve o segundo maior impacto sobre a taxa geral (30%).
“Houve estabilidade do emprego nesse prazo de um ano, além do crescimento da massa salarial, que também contribui para esse número positivo”, explicou o gerente do IBGE, lembrando que também houve recuo nos preços dos eletrodomésticos, de 6,0%, nos últimos 12 meses, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pela instituição. “Os preços de eletroeletrônicos vêm caindo, tiveram deflação. Isso estimula também a demanda reprimida”.
A terceira maior influência na formação da taxa do varejo em abril ante o mesmo mês de 2010 veio da atividade outros artigos de uso pessoal e doméstico, que teve expansão de 12,4% no volume de vendas. O segmento é composto por lojas de departamentos, ótica, joalheira, artigos esportivos e brinquedos, entre outros. O crescimento foi influenciado tanto pelo cenário favorável de crescimento da economia como pela Páscoa. No ano, a atividade cresceu 8,4% e, em 12 meses, 9,7%.
“Ainda é fácil comprar, porque você ainda tem uma estabilidade do emprego. A garantia do emprego faz com que você consiga e se arrisque no financiamento. E houve o aumento também da renda. Então, mesmo aumentando a taxa de juros, ainda há demanda”, afirmou Pereira. “Porque o brasileiro, de um modo geral, não se preocupa muito com o quanto está pagando de juros. Ele pensa: 'Dá para pagar? Cabe no meu orçamento?' Então parcela em 24 vezes”, acrescentou.