A economia de Minas desacelerou no primeiro trimestre, acompanhando a perda de ritmo nacional. Nos primeiros três meses de 2011, o Produto Interno Bruto (PIB) do estado avançou 5,1% em relação a igual período de 2010, contra os 6,9% registrados no último trimestre de 2010 sobre os últimos três meses do ano anterior. Ainda assim, a economia de Minas, puxada pela indústria e também pelo comércio, atingiu resultado superior aos 4,2% alcançados pelo país no período, segundo os resultados do PIB estadual, divulgado pela Fundação João Pinheiro (FJP). A expectativa, no entanto, é que com as medidas adotadas pelo governo para conter a inflação – elevação da taxa de juros e desvalorização cambial – a produção sinta os efeitos, apresentando crescimento menor nos próximos meses.
A indústria mineira avançou no trimestre 5,9%, contra o resultado nacional de 3,5%. O percentual do estado nos primeiros três meses do ano é considerado positivo, mesmo sendo menor que o apurado no quarto trimestre de 2010, que atingiu 8,6%. No entanto, a Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) estima uma perda de fôlego do setor neste segundo semestre. “Estamos revisando para baixo o fechamento do ano, de 9,5% para algo em torno de 6% ou 7%”, diz o presidente do Conselho de Política Econômica e Industrial da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Lincoln Fernandes. Segundo ele, a atividade da indústria terá uma queda forçada pela política de combate à inflação.
A desaceleração da economia mineira não surpreendeu, já que a base de comparação (2010) apresenta resultados fortes, como explica Reinaldo Morais, especialista em política pública e gestão governamental da Fundação João Pinheiro. Contribuíram para o esfriamento da atividade os efeitos da política monetária, que freou o ritmo do crédito e aumentou a taxa de juros.
Indústria
No trimestre, o setor de serviços em Minas cresceu 4,1%, praticamente a mesma taxa do Brasil que avançou 4%. A grande contribuição, como explica Reinaldo Morais, veio do comércio, que avançou 9,1% em Minas, bem mais que a média nacional de 5,5%. “A Região Metropolitana de Belo Horizonte tem a menor taxa de desemprego do país. A expansão da massa salarial está relacionada ao bom desempenho do comércio”, avalia o especialista. Ainda assim, a expectativa para os próximos meses para o comércio também é de desaceleração. Segundo a economista da CDL/BH (Câmara dos Dirigentes Lojistas) Ana Paula Bastos no fechamento do ano, o PIB do setor em Belo Horizonte, deve ficar próximo aos 6%.
O crescimento da agricultura mineira no primeiro trimestre do ano, foi pouco maior que a média nacional, registrando 3,5% contra 3,1%. O resultado no entanto também não surpreendeu. Reinaldo Morais lembra que no estado, o segundo e terceiro trimestre costumam mostrar resultados mais fortes, devido ao período de colheita. No acumulado em 12 meses, o PIB da agricultura no estado cresceu 6,1% contra a taxa de 5,8% do país.