Em mais uma medida para apoiar a economia, após o terremoto de 11 de março, o Banco do Japão (BOJ, o banco central do país) decidiu expandir em 500 bilhões de ienes (US$ 6,230 bilhões) seu programa de empréstimos destinado a estimular o crescimento de setores com alto potencial e facilitar ainda mais a concessão dos recursos. Ao fim dos dois dias de reunião de seu conselho de política monetária, o BOJ também melhorou sua avaliação da economia do país pela primeira vez em três meses, mas manteve a taxa básica de juros na faixa de zero a 0,1% ao ano.
Sob a linha especial de crédito que o BOJ estabeleceu no ano passado, serão criadas novas categorias para incluir investimentos em ações e empréstimos sem colaterais imobiliários ou garantias. O banco central vai emprestar até 500 bilhões de ienes nessas novas categorias, além do teto de 3 trilhões de ienes da linha de crédito já existente.
"Tendo em vista estimular mais os esforços das instituições financeiras, o banco central considera apropriado focalizar o apoio às suas provisões de fundos do tipo acionário e empréstimos sem colaterais convencionais ou garantias", disse a instituição em comunicado divulgado após a reunião.
A autoridade monetária elevou sua avaliação da economia japonesa pela primeira vez desde março. Embora ainda considere que a economia do Japão está sob pressão recessiva, em função do terremoto de 11 de março, principalmente no lado da produção, o banco agora vê "alguns sinais de melhora".
Em junho do ano passado, o BOJ criou uma linha especial de crédito, que concede até 3 trilhões de ienes (US$ 37,383 bilhões) em empréstimos para os bancos privados, pelo prazo de um ano e à taxa de 0,1%, especificamente para financiamentos a 18 setores com crescimento elevado, como energia renovável, medicina e enfermagem, e para investimentos na Ásia. Os bancos podem rolar os empréstimos até três vezes.
Até agora, o BOJ emprestou um montante estimado em 2,94 trilhões de ienes (US$ 36,636 bilhões) em quatro operações. Algumas instituições financeiras já usaram mais que o limite de 150 bilhões de ienes (US$ 1,869 bilhão) permitido para cada banco. No comunicado, o banco central disse que a linha de crédito tem funcionado como "catalisadora" na promoção das iniciativas das próprias instituições para fortalecer os fundamentos econômicos do país.
O comitê de política monetária decidiu que a duração dos empréstimos na nova estrutura será, em princípio, de dois anos, com os bancos tendo permissão para rolar esses empréstimos uma única vez. Cada instituição financeira pode tomar emprestados até 50 bilhões de ienes (US$ 623,208 milhões).