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Estado de Minas

Estados Unidos querem aumentar sua dívida

Ben Bernanke, presidente do Fed, diz que não elevar o limite de endividamento do país pode perturbar mercados


postado em 15/06/2011 06:00 / atualizado em 15/06/2011 10:18

O presidente do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA), Ben Bernanke, alertou que o fracasso em elevar o limite da dívida pública norte-americana poderá causar "distúrbios severos nos mercados financeiros", incluindo rebaixamento de ratings da dívida do governo e danos ao papel especial que o dólar e os Treasuries (títulos do Tesouro norte-americano) desempenham atualmente nos mercados globais. Em comentários feitos durante uma conferência organizada pelo Comitê por um Orçamento Responsável, em Washington, Bernanke renovou seu pedido para que políticos apresentem logo um plano para conter o crescente endividamento público do país, mas alertou mais uma vez sobre os perigos de usar o teto da dívida como moeda de troca nas negociações.

As conversações para a redução do déficit, conduzidas pelo vice-presidente do país, Joe Biden, enfrentaram seu maior teste nessa terça-feira, tendo em vista que o grupo chefiado por ele iniciou três dias de discussões politicamente sensíveis. Os republicanos continuam a exigir cortes de gastos como condição para que o Congresso eleve o limite da dívida, que é atualmente de US$ 14,3 trilhões, o que, segundo o Tesouro, deve acontecer até o início de agosto.

Em cerca de 9% do Produto Interno Bruto (PIB), o déficit orçamentário dos EUA aumentou acentuadamente desde o início da recessão no final de 2007, declarou Bernanke na conferência intitulada "O teto da dívida, plano fiscal e temores do mercado: para onde vamos daqui?". Segundo ele, o déficit deverá recuar durante os próximos anos, à medida que a economia continuar a crescer, mas os EUA ainda enfrentarão um grande endividamento quando as condições voltarem ao normal. "A história deixa claro que o fracasso em colocar nossa casa fiscal em ordem causará uma erosão na vitalidade de nossa economia, reduzirá o padrão de vida nos Estados Unidos e aumentará o risco de instabilidade econômica e financeira", disse Bernanke.

Mesmo destacando que não é uma tarefa fácil, o presidente do Fed exortou o Congresso e a Casa Branca a desenvolverem e implementarem rapidamente um plano confiável para atingir a sustentabilidade fiscal de longo prazo. Ele disse esperar que um acordo possa ser atingido no curto prazo, sem recorrer-se a "ações que possam lançar dúvidas sobre a qualidade de crédito dos EUA". As três agências de rating mais influentes (Fitch Ratings, Moody’s e Standard & Poor’s) ameaçaram rebaixar a classificação AAA do governo dos EUA se os políticos não chegarem a um plano para melhorar as finanças públicas do país.

Obama

O presidente norte-americano, Barack Obama, afirmou também que o atraso em elevar o teto da dívida dos Estados Unidos poderá reverter a incipiente recuperação econômica do país e provocar um novo colapso. As declarações foram dadas numa entrevista transmitida pela TV nessa terça-feira. "Nós poderemos ter realmente uma repetição da crise financeira, se continuarmos a jogar muito perto do limite", afirmou Obama ao programa Today Show do canal de televisão NBC. "Nós vamos trabalhar duro durante o próximo mês. Minha expectativa é que vamos fazer isso de uma maneira sensata. Isso é o que o povo americano espera", acrescentou o presidente.


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