A taxa de desemprego na Grécia alcançou 15,9% no primeiro trimestre de 2011, contra 14,2% nos últimos três meses do ano passado e 11,7% no mesmo período de 2010, segundo a Autoridade de Estatísticas Grega (ESA). O aumento coincide com a crise financeira que levou a Grécia à recessão, agravada por rigorosos planos de austeridade para reduzir o déficit orçamentário. A faixa de idade entre 15 e 29 anos é a mais afetada, com um índice de desemprego de 30,9% no primeiro trimestre.
A divulgação do preocupante dado acontece depois da Grécia ser tomada na quarta-feira por uma violenta onda de protestos, na qual nove pessoas ficaram feridas. Munidos de bombas caseiras, manifestantes atacaram o prédio do Ministério das Finanças e foram repelidos pela polícia com gás lacrimogêneo. A capital grega se transformou num campo de guerra, o que obrigou o primeiro-ministro, George Papandreou, a dissolver seu ministério e a anunciar a formação de um novo governo. Ele acredita que, assim, conseguirá um voto de confiança no Parlamento para promover ajustes na economia e evitar um iminente calote do país. A tensão foi tanta que todas as bolsas da Europa fecharam a quarta-feira em baixa e o euro recuou 1,8% ante o dólar. A Bolsa de Valores de São Paulo também cedeu, para os 61.604 (-0,97%), o menor nível em quase um ano. Foi o pior dia nos mercados desde o início de maio.
Em 2010, a Grécia já havia recebido um socorro de 110 bilhões de euros para honrar seus compromissos. Esperava-se que, com a ajuda da União Europeia (UE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI), o país saísse do atoleiro. Mas a dificuldade do governo em pôr em prática os cortes de gastos de 28 bilhões de euros até 2015 se mostrou maior do que o imaginado. A população não aceita o receituário: aumento de impostos, privatização de estatais, redução de 20% no quadro de servidores e corte nas aposentadorias.
A perspectiva de derrocada da Grécia assusta os investidores, pois pode levar junto Portugal, Espanha, Irlanda e Itália. Apesar dos riscos, a Europa está dividida. Os países mais ricos se recusam a dar uma nova ajuda. Mas todos admitem que, se for à ruína, deflagrando uma leva de calotes na região, a Grécia levará à destruição do euro. Autoridades afirmaram que o acordo entre os governos do bloco sobre um segundo pacote de resgate a Atenas pode ser adiado até meados de julho.
Com dezenas de milhares de gregos nas ruas, o primeiro-ministro admitiu ao líder da oposição, Antonis Samaras, que renunciaria caso não houvesse união em torno de um plano para alcançar os termos exigidos pela UE e pelo FMI. Mas ele acabou recuando. Não se sabe, porém, até quando Papandreou conseguirá se manter no cargo. Os partidos de oposição já pressionam pela antecipação das eleições.
Violência se espalha e atinge a Espanha
A onda de protestos que varreu a Grécia se espalhou pela Espanha, onde a recessão econômica fez com que o índice de desemprego atingisse 22%, o mais elevado entre as nações industrializadas. Sem perspectiva de recuperação do país em curto prazo, a população se revoltou contra os programas de cortes de gastos pelo governo. Um dos pontos mais combatidos pelos espanhóis está o projeto do primeiro-ministro José Luis Zapateiro que reduz os salários e aposentadorias dos servidores públicos.
Na quarta-feira, cerca de 2,5 mil manifestantes cercaram o Parlamento do país, em Barcelona, e foram repelidos com vigor pela polícia. Pelo menos 36 pessoas ficaram feridas, entre elas 12 policiais. Com o bloqueio feito em frente aos portões de acesso do prédio, diversas autoridades só conseguiram chegar ao local usando helicópteros. Outros membros foram atingidos por jatos de tinta enquanto passavam pelos cordões de isolamento. A tensão foi tamanha que acabou contaminando os parlamentares. Apenas metade deles participou dos debates envolvendo as propostas para a redução de despesas com saúde e educação.
A maioria dos manifestantes era de jovens, insatisfeitos com os rumos do país, especialmente pela falta de perspectivas de se encaixarem no mercado de trabalho. Para eles, as leis trabalhistas em vigor dificultam a abertura de vagas. Estima-se que, em determinadas regiões do país, metade dos jovens está desempregada.
A polícia informou que vários manifestantes foram presos por “desordem pública, agressão e ferimentos a policiais”, resultantes de “lançamento de garrafas e até de tesouras”. Os policiais ainda foram alvo de “chutes e socos”. Centenas de pessoas se reuniram em frente ao Parlamento em Madri na para condenar os projetos do governo de reformular a negociação salarial coletiva. Sindicatos e trabalhadores vêm discutindo há meses a reforma do sistema, considerada vital para as mudanças trabalhistas, bancárias e previdenciárias com o objetivo de retomar a economia espanhola.
A divulgação do preocupante dado acontece depois da Grécia ser tomada na quarta-feira por uma violenta onda de protestos, na qual nove pessoas ficaram feridas. Munidos de bombas caseiras, manifestantes atacaram o prédio do Ministério das Finanças e foram repelidos pela polícia com gás lacrimogêneo. A capital grega se transformou num campo de guerra, o que obrigou o primeiro-ministro, George Papandreou, a dissolver seu ministério e a anunciar a formação de um novo governo. Ele acredita que, assim, conseguirá um voto de confiança no Parlamento para promover ajustes na economia e evitar um iminente calote do país. A tensão foi tanta que todas as bolsas da Europa fecharam a quarta-feira em baixa e o euro recuou 1,8% ante o dólar. A Bolsa de Valores de São Paulo também cedeu, para os 61.604 (-0,97%), o menor nível em quase um ano. Foi o pior dia nos mercados desde o início de maio.
Em 2010, a Grécia já havia recebido um socorro de 110 bilhões de euros para honrar seus compromissos. Esperava-se que, com a ajuda da União Europeia (UE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI), o país saísse do atoleiro. Mas a dificuldade do governo em pôr em prática os cortes de gastos de 28 bilhões de euros até 2015 se mostrou maior do que o imaginado. A população não aceita o receituário: aumento de impostos, privatização de estatais, redução de 20% no quadro de servidores e corte nas aposentadorias.
A perspectiva de derrocada da Grécia assusta os investidores, pois pode levar junto Portugal, Espanha, Irlanda e Itália. Apesar dos riscos, a Europa está dividida. Os países mais ricos se recusam a dar uma nova ajuda. Mas todos admitem que, se for à ruína, deflagrando uma leva de calotes na região, a Grécia levará à destruição do euro. Autoridades afirmaram que o acordo entre os governos do bloco sobre um segundo pacote de resgate a Atenas pode ser adiado até meados de julho.
Com dezenas de milhares de gregos nas ruas, o primeiro-ministro admitiu ao líder da oposição, Antonis Samaras, que renunciaria caso não houvesse união em torno de um plano para alcançar os termos exigidos pela UE e pelo FMI. Mas ele acabou recuando. Não se sabe, porém, até quando Papandreou conseguirá se manter no cargo. Os partidos de oposição já pressionam pela antecipação das eleições.
Violência se espalha e atinge a Espanha
A onda de protestos que varreu a Grécia se espalhou pela Espanha, onde a recessão econômica fez com que o índice de desemprego atingisse 22%, o mais elevado entre as nações industrializadas. Sem perspectiva de recuperação do país em curto prazo, a população se revoltou contra os programas de cortes de gastos pelo governo. Um dos pontos mais combatidos pelos espanhóis está o projeto do primeiro-ministro José Luis Zapateiro que reduz os salários e aposentadorias dos servidores públicos.
Na quarta-feira, cerca de 2,5 mil manifestantes cercaram o Parlamento do país, em Barcelona, e foram repelidos com vigor pela polícia. Pelo menos 36 pessoas ficaram feridas, entre elas 12 policiais. Com o bloqueio feito em frente aos portões de acesso do prédio, diversas autoridades só conseguiram chegar ao local usando helicópteros. Outros membros foram atingidos por jatos de tinta enquanto passavam pelos cordões de isolamento. A tensão foi tamanha que acabou contaminando os parlamentares. Apenas metade deles participou dos debates envolvendo as propostas para a redução de despesas com saúde e educação.
A maioria dos manifestantes era de jovens, insatisfeitos com os rumos do país, especialmente pela falta de perspectivas de se encaixarem no mercado de trabalho. Para eles, as leis trabalhistas em vigor dificultam a abertura de vagas. Estima-se que, em determinadas regiões do país, metade dos jovens está desempregada.
A polícia informou que vários manifestantes foram presos por “desordem pública, agressão e ferimentos a policiais”, resultantes de “lançamento de garrafas e até de tesouras”. Os policiais ainda foram alvo de “chutes e socos”. Centenas de pessoas se reuniram em frente ao Parlamento em Madri na para condenar os projetos do governo de reformular a negociação salarial coletiva. Sindicatos e trabalhadores vêm discutindo há meses a reforma do sistema, considerada vital para as mudanças trabalhistas, bancárias e previdenciárias com o objetivo de retomar a economia espanhola.