As obras encomendadas pelo setor público responderam por 44,1% dos R$ 199,5 bilhões investidos pela construção civil em 2009, chegando a R$ 85,5 bilhões. Em 2008, quando os investimentos públicos foram de R$ 68,6 bilhões, a participação das obras públicas havia representado 43,2% dos investimentos do setor.
As informações fazem parte da Pesquisa Anual da Indústria da Construção (Paic) 2009, divulgada hoje (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em entrevista à Agência Brasil, o técnico responsável pela pesquisa, Fernando Abritta,
Segundo ele, o governo tomou algumas medidas para reduzir os efeitos da crise no mercado interno, como a expansão do crédito por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e a expansão do crédito. “Foram medidas que fizeram com que a atividade da construção não sofresse os impactos que afetaram alguns outros setores da indústria, como o de transformação. Então, o saldo final em 2009 foi positivo para a construção”, avaliou.
Abritta citou ainda a influência das obras contratadas pelo governo por meio do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) como fundamental para o bom desempenho do setor. “Essas obras, principalmente as de infraestrutura, são empreendimentos de grande escala de valor e que exigem vultosos investimentos: obras como a transposição do Rio São Francisco, de construção de hidrelétricas, de pavimentação de rodovias – todas demandantes de bastante capital”.
Ele citou ainda como destaque o segmento de obras residenciais cujos investimentos saltaram de R$ 19,7 bilhões para R$ 28,6 bilhões, ganhando participação no total dos investimentos - ao passar de 14,7% para 17,1%. Outro segmento importante destacado pelo técnico foi o de edificações industriais, comerciais e outras não residenciais que atingiu, em seu conjunto, cerca de R$ 30,7 bilhões em 2009. “Esse segmento representou 18,4% do total do valor das obras e serviços”, disse.