Brasília – O queijo artesanal fabricado em Minas e vendido de maneira clandestina pelos chamados queijeiros está na mira da fiscalização em outros estados. No Distrito Federal, onde diversos tipos de queijos mineiros fazem sucesso, o número de apreensões cresceu este ano. Apenas nos cinco primeiros meses, foram retidas nas barreiras montadas nas estradas 30 toneladas de queijo, 50% mais do que as 20 toneladas recolhidas durante todo o ano passado. Os queijos saíram de vários municípios mineiros e seriam entregues a distribuidores ou direto em bancas que comercializam os produtos.
A apreensão de produtos de origem vegetal e animal sem origem ou irregulares somou 50 toneladas entre janeiro e maio de 2011 no Distrito Federal. “Esse valor refere-se apenas à fiscalização de trânsito”, informou o gerente de Inspeção da Defesa Agropecuária e Inspeção de Produtos de Origem Vegetal e Animal (Dipova), órgão da Secretaria de Agricultura do DF, Cláudio Paiva. No mesmo período em 2010, foram apreendidos 47 toneladas de itens variados, dos quais 17 toneladas são origem vegetal e animal.
Qualidade Os consumidores defendem a comercialização dos queijos de Minas sob o argumento de que a qualidade do produto artesanal é superior à do produto industrializado. Em relação aos preços, dizem que são menores do que nos supermercados, embora a variação atinja R$ 3 na comparação entre os valores de vendas nas feiras brasilienses. Um quilo de queijo Minas pode custar R$ 14,90, R$ 13,90 ou R$ 11,90, dependendo da feira. Todos esses produtos contam com o selo do Serviço de Inspeção Federal (SIF), que autoriza o produto a atravessar as fronteiras estaduais sem ser retido.
Dona de uma barraca em uma feira do Distrito Federal, na qual vende queijo de minas há 30 anos, Sueli Fraga dos Santos disse que viaja à cidade de Valença (RJ) para visitar a família e leva queijo curado de Minas para fazer pão de queijo. "Lá em Valença também criam gado e produzem leite, mas não têm queijo bom como esse. O nosso vem de Araxá e Guarda-Mor. Chamam também de queijo caipira, não é rotulado", elogiou. Para ela, a fiscalização comete uma injustiça porque “tira mercado dos pobres que vão buscar queijo em Minas e trazem para vender aqui em Brasília”. Sueli defende que o problema de fiscalização deveria ser resolvido no estado de origem e não junto a quem adquire o produto.