A oferta de mão de obra em Itabira, na região central do estado, está à beira do colapso. Impulsionada pelos investimentos da Vale no projeto Conceição Itabiritos, que aproveita minério com menor teor de ferro, e pelo crescimento do país, a economia local ganhou novo impulso. O resultado pode ser medido por meio do aumento do faturamento das empresas, que planejam obter ganhos de 12 anos em quatro, e pela expansão das oportunidades de emprego formal. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostram que, entre abril deste ano e abril de 2010, o número de empregos na cidade cresceu 13,47%, praticamente o dobro das médias estadual e nacional. No mesmo período, a expansão do emprego em Minas foi de 6,95% e no Brasil, 6,65%.
Se por um lado as empresas instaladas na cidade comemoram o boom do crescimento – e tentam aproveitá-lo ao máximo, já que a expectativa é que ele dure até 2014 –, por outro enfrentam dificuldades de contratar profissionais qualificados. A situação é tão dramática que já há quem esteja importando mão de obra do município de Aimorés, no Vale do Rio Doce, bem na divisa com o Espírito Santo. “Contratação está um caso de polícia. Começamos a trazer profissionais de Nova Era, Santa Maria de Itabira e até Aimorés, locais onde o boom da economia ainda não bateu”, diz o diretor-presidente da construtora MD Predial, Emerson Alvarenga Barbosa. De um ano para cá, segundo ele, o número de funcionários cresceu mais de 200%. Hoje já são 800. O novo desafio é contratar mais gente, já que a empresa vai lançar novo empreendimento com 480 unidades no início de julho. “Não sei como vamos fazer”, reconhece.
Segundo o Caged foi exatamente na construção civil que o volume de empregos mais cresceu em Itabira no último ano, registrando uma expansão de 126,66%. Na Construtora Prisma, que presta serviços para indústrias e para o município, o número de funcionários saiu de 500 para 1.200 no último ano. “A demanda está muito aquecida. Já não conseguimos contratar gente na cidade. A mão de obra aqui está zerada”. Ali a situação ficou tão difícil que o proprietário da empresa, Heber Pena Jacome, teve que montar um departamento de recursos humanos e contratar dois psicólogos. O próprio administrador da empresa Fernando Machado Gomes Júnior estava trabalhando nos Estados Unidos, onde gerenciava uma locadora de automóveis com 15 mil veículos, e veio para o Brasil por causa da crise. Foi contratado há nove meses. “Voltei porque o mercado no Brasil está aquecido e em pouco tempo consegui emprego em Itabira”, diz.
Marli Lélis Oliveira Fernandes trabalha há quatro anos como soldadora e foi contratada pela MMP Serviços, que atende grandes empresas instaladas na cidade, há sete meses. Antes de se especializar na área, ela era auxiliar de serviços gerais. “Um dia fui limpar uma oficina e me interessei. Comecei a fazer um curso de soldagem e, desde que entrei nessa profissão, meu salário já aumentou quase três vezes”, conta. “Hoje, muitas empresas me oferecem emprego. A demanda é muito grande”, acrescenta.
Efeito cascata
O aquecimento também se dá nos setores de serviços e comércio, ainda que em menor intensidade. No Restaurante Lili, que serve 800 refeições ao dia, entre o self-service e marmitas destinadas ao segmento industrial, a demanda mais que dobrou no último ano, diz a proprietária do estabelecimento, Maria da Conceição Santos Barcelos. Há um ano e meio, ela investiu R$ 700 mil na construção de um novo espaço, apto a receber clientes e a abrigar a cozinha industrial. “Itabira está numa fase ótima com os investimentos em mineração, duas faculdades”, comemora. O faturamento dobrou no último ano. O problema da empresa, segundo ela, é a alta rotatividade da mão de obra. “Hoje tenho 25 funcionários, mas preciso de mais cinco e não consigo. Temos que trabalhar dobrado e não dá para abrir à noite”.
Se por um lado as empresas instaladas na cidade comemoram o boom do crescimento – e tentam aproveitá-lo ao máximo, já que a expectativa é que ele dure até 2014 –, por outro enfrentam dificuldades de contratar profissionais qualificados. A situação é tão dramática que já há quem esteja importando mão de obra do município de Aimorés, no Vale do Rio Doce, bem na divisa com o Espírito Santo. “Contratação está um caso de polícia. Começamos a trazer profissionais de Nova Era, Santa Maria de Itabira e até Aimorés, locais onde o boom da economia ainda não bateu”, diz o diretor-presidente da construtora MD Predial, Emerson Alvarenga Barbosa. De um ano para cá, segundo ele, o número de funcionários cresceu mais de 200%. Hoje já são 800. O novo desafio é contratar mais gente, já que a empresa vai lançar novo empreendimento com 480 unidades no início de julho. “Não sei como vamos fazer”, reconhece.
Segundo o Caged foi exatamente na construção civil que o volume de empregos mais cresceu em Itabira no último ano, registrando uma expansão de 126,66%. Na Construtora Prisma, que presta serviços para indústrias e para o município, o número de funcionários saiu de 500 para 1.200 no último ano. “A demanda está muito aquecida. Já não conseguimos contratar gente na cidade. A mão de obra aqui está zerada”. Ali a situação ficou tão difícil que o proprietário da empresa, Heber Pena Jacome, teve que montar um departamento de recursos humanos e contratar dois psicólogos. O próprio administrador da empresa Fernando Machado Gomes Júnior estava trabalhando nos Estados Unidos, onde gerenciava uma locadora de automóveis com 15 mil veículos, e veio para o Brasil por causa da crise. Foi contratado há nove meses. “Voltei porque o mercado no Brasil está aquecido e em pouco tempo consegui emprego em Itabira”, diz.
Marli Lélis Oliveira Fernandes trabalha há quatro anos como soldadora e foi contratada pela MMP Serviços, que atende grandes empresas instaladas na cidade, há sete meses. Antes de se especializar na área, ela era auxiliar de serviços gerais. “Um dia fui limpar uma oficina e me interessei. Comecei a fazer um curso de soldagem e, desde que entrei nessa profissão, meu salário já aumentou quase três vezes”, conta. “Hoje, muitas empresas me oferecem emprego. A demanda é muito grande”, acrescenta.
Efeito cascata
O aquecimento também se dá nos setores de serviços e comércio, ainda que em menor intensidade. No Restaurante Lili, que serve 800 refeições ao dia, entre o self-service e marmitas destinadas ao segmento industrial, a demanda mais que dobrou no último ano, diz a proprietária do estabelecimento, Maria da Conceição Santos Barcelos. Há um ano e meio, ela investiu R$ 700 mil na construção de um novo espaço, apto a receber clientes e a abrigar a cozinha industrial. “Itabira está numa fase ótima com os investimentos em mineração, duas faculdades”, comemora. O faturamento dobrou no último ano. O problema da empresa, segundo ela, é a alta rotatividade da mão de obra. “Hoje tenho 25 funcionários, mas preciso de mais cinco e não consigo. Temos que trabalhar dobrado e não dá para abrir à noite”.