O Japão perdeu o prazo para apresentar o plano finalizado de reforma fiscal no país, de acordo com meta estabelecida pelo próprio governo. A equipe do primeiro-ministro Naoto Kan planejava obter a aprovação dos deputados governistas para seu plano de reforma fiscal e da seguridade social, centrado na elevação do imposto sobre vendas para 10% até março de 2016.
No entanto, alguns dos principais membros do Partido Democrático do Japão (PDJ) e de seu parceiro de coalizão, o Novo Partido do Povo, mantiveram suas objeções ao projeto. Essa resistência levou o governo a adiar um encontro com lideranças que
A notícia mostra o quão dividida está a classe política japonesa no tema do aumento do imposto sobre consumo. A introdução dessa taxa em 3%, em 1989, e o subsequente aumento para 5%, em 1997, ajudaram a gerar grandes derrotas eleitorais para os que implementaram essas mudanças. O adiamento também mostra que a liderança de Kan continua a se enfraquecer, após o recente anúncio do primeiro-ministro de que renunciará apenas após ocorrer algum avanço nos esforços para reconstruir a nação, afetada por um terremoto e um tsunami em 11 de março.
O adiamento na reunião pode alimentar dúvidas sobre a determinação dos governistas para reduzir a grande dívida japonesa, que é agora equivalente ao dobro do Produto Interno Bruto (PIB) anual do país. Os mercados se concentram agora nas dificuldades em pequenas nações europeias, como a Grécia, mas há temores de que se qualquer crise séria da dívida ocorrer no Japão, a terceira economia do mundo, isso teria um impacto incomparável no crescimento global.
O ministro da Economia, Kaoru Yosano, e outros defensores da elevação nos impostos devem manter os esforços pelo apoio dos aliados. O foco agora é em quais concessões serão necessárias.
Muitos economistas já veem o atual plano como não bom o suficiente, portanto qualquer recuo em seu alcance pode prejudicar a credibilidade do governo. O projeto atual não prevê aumento de impostos depois de março de 2016, não deixando claro como o governo pretende cumprir sua promessa anterior de equilibrar o orçamento do país até março de 2021. Esta é a terceira grande tentativa de o Japão equilibrar suas finanças desde o fim dos anos 90, porém problemas econômicos prejudicaram as duas iniciativas anteriores.