Os dois gigantes da aeronáutica, a europeia Airbus e a americana Boeing, receberam pedidos milionários no Salão Internacional da Aeronáutica de Le Bourget, nos arredores de Paris, apesar de o primeiro ganhar do segundo com a nova versão do A320 ecológico, a estrela desse evento bienal.
As duas empresas receberam na segunda-feira 164 pedidos, e na terça-feira já tinham recebido outros 157 no segundo dia desse salão que manterá suas portas abertas até domingo. A família dos A320 Neo da Airbus, com seus motores novos que consomem menos combustível, recebeu grande parte do interesse dos compradores, em detrimento do B737 da Boeing, cuja versão renovada 737-800 vendem agora muito menos nos corredores de Bourget.
A Boeing terá de decidir nos próximos meses sobre sua estratégia neste nicho de percurso médio, muito interessante graças às empresas de baixo custo: construir um novo avião, (que chegaria ao mercado muito tarde e seria mais caro), ou mudar o motor dos 737, como fez a Airbus com o Neo.
As empresas americanas de Leasing CIT Aerospace e a companhia Jet Blue assinaram com o fabricante europeu nesta terça-feira protocolos de acordo para
A companhia indonésia Garuda pediu por sua vez 25 A320, deles 10 Neo. Os aparelhos, destinados à sua filial de baixo custo Citilink, substituíram precisamente os Boeing 737. A taiwanesa TransAsia fez um pedido firme de seis A321 Neo, uma variante da família A320, a um preço de catálogo indicativo de cerca de 600 milhões de dólares. Da Boeing, a companhia aérea de baixo custo Norwegian ordenou 15 B737-800 de meio percurso por 1,2 bilhão de dólares, segundo preço de catálogo.
A mongol MIAT Mongolian Airlines também escolheu dois aviões B737-800 de nova geração e um avião 767-300ER, que segundo preço de catálogo valem 245 milhões de dólares. A Aeroflot russa também confirmou oito opções de compra que tinha pelos B777-300ER de longa distância. O pedido alcança os 2,2 bilhões de dólares, segundo preço do catálogo, de acordo com a Boeing.
A Malaysian Airlines também exerceu uma opção de compra de dez 797-800, cujo valor, segundo preço de catálogo, é de 800 milhões de dólares. À sombra dos dois gigantes, outros fabricantes - novas companhias de menor porte - tentam ganhar espaço no salão. Um dos destaques é o chines Comac, presente pela primeira vez em Bourget e que ia apresentar nesta terça-feira uma maquete de seu C919, de alcance médio cuja comercialização entrará em competição direta com o A320 e o B737 em 2016.