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Estado de Minas

Demora no atendimento não é a única reclamação dos usuários de planos de saúde


postado em 22/06/2011 06:00 / atualizado em 22/06/2011 09:45

Brasília – A medida adotada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), de limitar prazos de atendimento para usuários de planos de saúde, promete acabar com as longas filas de espera para usuários que precisam marcar consultas ou procedimentos clínicos. Mas apesar da demora ser o principal transtorno enfrentado pelos pacientes, o setor de saúde particular ainda gera muita insatisfação por diversos motivos. Pesquisa feita pelo Instituto Datafolha, a pedido do Conselho Federal de Medicina (CFM), revela que, de cada 10 filiados, pelo menos seis já enfrentaram algum tipo de problema com seu plano no último ano.

O estudo mostra que 58% dos usuários dos convênios já tiveram alguma queixa com relação aos seus planos de saúde. A espera em prontos-socorros, consultórios ou laboratórios deu dor de cabeça para 26% dos clientes. A falta de opções, tanto de profissionais quanto de locais adequados, foi lembrada por 21% dos entrevistados. Já com relação aos médicos, 19% dos pacientes consideram difícil realizar uma marcação de consulta e 18% não conseguiram executar o procedimento porque o profissional deixou de atender pelo convênio. Nem o bolso do consumidor escapou do abuso. Cerca de 19% das pessoas já precisaram pagar valores adicionais para conseguir um diagnóstico, e 12% tiveram exames ou procedimentos negados pela operadora de saúde.

Satisfação

Apesar de um número expressivo de queixas com relação aos planos, o número de usuários satisfeitos com seus planos chega a 76%. O paradoxo, de acordo com o presidente do CFM, Roberto Luiz d'Avila, precisará ser explicado em estudos futuros, que serão encomendados pelos representantes dos médicos. "Parece que os pacientes ficam furiosos quando há uma demora na marcação, mas, depois de conseguirem o diagnóstico, esquecem todo o transtorno, como se não houvesse mais o que reclamar. Precisaremos de outras pesquisas para entender o que se passa", disse.

Para o CFM, as medidas propostas pela ANS são inócuas e visam proteger mais as operadoras de planos de saúde do que os usuários, que terão o direito de escolha comprometido. "Quem compra um convênio está fazendo isso porque busca atendimento mais qualificado e quer escolher quem vai atendê-lo. Esse sempre foi o diferencial da rede privada. Agora, isso não vai ocorrer porque a empresa vai colocar qualquer profissional para realizar o procedimento", explicou o presidente do conselho.

Mesmo forçando que as operadoras aumentem o número de médicos em suas respectivas redes de atendimento, d'Avila é cético com relação à melhora no atendimento ao consumidor. "Hoje, os bons médicos estão abandonando as redes porque consideram uma falta de respeito receber apenas R$ 30 por uma consulta, valor que os planos repassam aos profissionais", analisou. Para ele, uma boa solução para o setor seria a mudança do atual modelo dos planos de saúde, cancelando a cobertura de consultas, que seriam pagas pelo paciente e, posteriormente, seria ressarcido pela empresa.


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