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Estado de Minas

ONU critica políticas de austeridade como as da Espanha e Grécia


postado em 22/06/2011 11:29

As políticas de austeridade como as implementadas na Espanha e na Grécia ameaçam o emprego e colocam em perigo a recuperação econômica, afirma a ONU em seu informe mensal sobre a situação social no mundo, divulgado nesta quarta-feira. "As medidas de austeridade adotadas por certos países, como Grécia e Espanha, diante de um excessivo endividamento público não ameaçam apenas o emprego no setor público e os gastos sociais, mas também tornam a recuperação econômica mais frágil e incerta", explica o informe do departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU.

"Os governos devem reagir com prudência às pressões em favor da consolidação orçamentária e da adoção de medidas de austeridade se não quiserem se arriscar com a interrupção da recuperação de sua economia", prossegue o documento. Este problema não afeta unicamente as economias avançadas, dizem os economistas da ONU, que advertem que "vários países em

desenvolvimento, especialmente os que se beneficiam de programas do FMI, também sofrem pressões para reduzir seus gastos públicos e adotar medidas de austeridade".

"É essencial que os governos levem em conta as consequências sociais prováveis de suas políticas econômicas" sobre alimentação, saúde e educação, para não penalizar o crescimento econômico em longo prazo, insiste a ONU. Se isto não ocorrer, as políticas econômicas de austeridade podem dar lugar a um "círculo vicioso" formado por um "fraco crescimento e um fraco progresso social".

A ONU pede às autoridades que apoiem medidas de reativação para reforçar a recuperação da produção e preservar os investimentos econômicos e sociais. "Os países que implementaram sistemas de proteção social estão em melhor posição para atenuar as consequências dos impactos" da crise e "impedir que sua população se afunde ainda mais na pobreza", assegura o estudo.

Já uma queda dos gastos sociais irá provavelmente exacerbar e alargar os efeitos negativos de uma crise, em termos de desnutrição, por exemplo, ou de taxa de abandono escolar e de desemprego em longo prazo, considera a ONU. O informe também denuncia os chamados a favor de uma maior flexibilidade do mercado de trabalho, já que "vem acompanhada frequentemente por uma queda de salários e por uma degradação das condições de emprego". Por fim, os autores do informe lamentam que as medidas financeiras adotadas até agora não tenham abordado as causas profundas da crise, de modo "que a recuperação segue ameaçada por novos excessos".


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