A pressão dos empresários funcionou e o Banco de Brasília (BRB) decidiu abrir uma linha de crédito específica para o segmento de panificação. Sem as facilidades no financiamento, havia a possibilidade de novo reajuste no preço do pão francês, que subiu em até 13% no segundo semestre do ano passado. O banco vai oferecer taxas de juros abaixo das do mercado para as cerca de 1,2 mil padarias do Distrito Federal trocarem máquinas e outros equipamentos.
Os detalhes da linha de crédito ainda não foram divulgados pelo BRB, mas a decisão está tomada, após duas reuniões entre panificadores e o presidente do banco, Edmilson Gama — a última esta semana. Nos próximos dias, os empresários serão avisados dos benefícios pela direção do Sindicato das Indústrias da Alimentação de Brasília (Siab). Em 12 de julho, haverá uma reunião para que os interessados tirem possíveis dúvidas.
Diariamente, são produzidos no DF cerca de 5 milhões de pães, uma média de dois por pessoa. O preço do quilo do produto varia entre R$ 4,50 e R$ 9. Até dezembro, todas as padarias precisarão se adequar à Norma Reguladora nº 12, do Ministério do Trabalho, que traz novas orientações com relação à segurança dos empregados do setor (são cerca de 13 mil). As mudanças custarão entre R$ 60 mil e R$ 150 mil, a depender do porte do estabelecimento.
Além da linha de crédito para a compra dos equipamentos, o BRB facilitará empréstimos destinados a pequenas reformas. O banco estudo a instalação de caixas eletrônicos em padarias.
“Conseguimos mais do que esperávamos”, comenta o presidente do Siab, José Joffre Nascimento. “As linhas de crédito terão taxas de juros competitivas e carências maiores do que as oferecidas por outros bancos”, adiantou. Os deputados distritais Celina Leão (PMN) e Wasny de Roure (PT) ajudaram na negociação.
Diante do resultado das reuniões, Joffre garante que o preço do pãozinho não subirá. “Havia uma certa preocupação, mas não será necessário”, diz. Segundo ele, com os novos equipamentos exigidos pelo Ministério do Trabalho, é possível que os custos das empresas diminuam, por conta de maior eficiência energética. Isso, no entanto, não implicará redução no valor final do produto.