A China expressou "apoio" à francesa Christine Lagarde para dirigir o Fundo Monetário Internacional (FMI), afirmou o presidente do Banco Central chinês, Zhou Xiaochuan, segundo a agência Dow Jones, na primeira declaração pública de Pequim sobre o tema. Zhou, que fez a declaração em Londres durante a visita do primeiro-ministro Wen Jiabao, disse que a China manifestou um "apoio bastante completo" à ministra francesa, segundo a agência.
A disputa para a eleição de um novo chefe do Fundo Monetário Internaciol (FMI) tinha tudo para ser uma excelente oportunidade para que o grupo dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) demonstrasse sua força, mas acabou revelando as limitações dessa aliança, dizem analistas. De acordo com os especialistas, os BRICS têm se apresentado como uma grande força
Os mandatários desses cinco países celebraram sua última reunião em abril deste ano, na China, durante a qual coordernaram posições sobre temas que vão desde a mudança climática até a guerra na Líbia. A renúncia de Dominique Strauss-Kahn ao cargo de diretor-geral do FMI parecia então ter brindado uma oportunidade de ouro para uma de suas principais reivindicações: o fim do domínio ocidental sobre as instituições militares.
Ao final de maio, os BRICS emitiram um comunicado que exigia acabar com a convenção não escrita e obsoleta de atribuir a direção do FMI a um europeu e a liderança do Banco Mundial a um americano, algo vigente desde a criação dessas instituições após as guerras mundiais. As consultas entre os BRICS se reveleram incondizentes e no dia 10 de junho quando se encerrou o prazo de apresentação das candidaturas, havia apenas dois nomes: o da ministra francesa de Finanças, Christine Lagarde, considerada a favorita, e o do governador do Banco do México, Agustín Cartens. Nenhum dos membros dos BRICS deu até agora apoio político a Cartens, mesmo após suas promessas de que, caso seja eleito, se empenharia em reduzir a influência dos países desenvolvidos no FMI.
O Brasil só confirmará sua posição às vésperas da eleição, no dia 30 de junho. "Os BRICS não constituem uma força diplomática, pois seus membros têm pouco em comum fora o fato de serem países emergentes", disse Jayshree Sengupta, do centro de estudos Observer Research Foundation, de Nova Delhi.