Os ministros da Indústria dos países sócios se reúnem na manhã desta terça-feira e dão início à 41ª Cúpula do Mercosul, em Assunção, Paraguai. A reunião passa a ser parte da nova dinâmica da agenda de cúpulas e tem o objetivo de tornar-se o âmbito específico para debater temas estratégicos do setor produtivo, encontrar soluções que equilibrem assimetrias no bloco e pensar em estratégias conjuntas contra a concorrência desleal vinda de fora do Mercosul, como definiu a ministra argentina, Débora Giorgi. Além dela, vão participar os ministros Fernando Pimentel (Brasil), Francisco José Rivas Almada (Paraguai) e Roberto Kreimerman (Uruguai).
Será o primeiro encontro entre Pimentel e Giorgi após os embates dos últimos meses sobre as barreiras mútuas ao comércio, iniciadas pela Argentina e revidadas pelo Brasil. Para superar as restrições, Giorgi defendeu que os sócios precisam "avançar em um Mercosul industrial como plataforma para substituir importações e somar exportações, articular medidas de defesa comercial diante do Sudeste asiático e aprofundar a integração produtiva regional".
A ministra argentina ressaltou que o comércio entre os países do bloco somou US$ 16,761 bilhões entre janeiro e maio, 28% acima dos US$ 13,063 bilhões verificados em igual período de 2010. A Argentina teve déficit de US$ 1,744 bilhão com o Brasil (US$ 6 619 bilhões em exportações e US$ 8,363 bilhões em importações), mas conseguiu obter superávit com os dois sócios menores: US$ 344 milhões com o Paraguai e US$ 524 milhões com o Uruguai. Ambos os déficits serão motivos de queixas dos presidentes Fernando Lugo e José Mujica, respectivamente, durante a cúpula presidencial, que será realizada amanhã.