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Estado de Minas

Brasil anuncia apoio a francesa Lagarde para chefia do FMI


postado em 28/06/2011 13:00 / atualizado em 28/06/2011 14:04

Com apoio brasileiro, é quase certa a eleição de mais um europeu para a chefia do FMI
Com apoio brasileiro, é quase certa a eleição de mais um europeu para a chefia do FMI

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, declarou nesta terça-feira o apoio formal do Brasil à candidatura de Christine Lagarde ao cargo de diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI). Para o ministro, porém, o processo de deliberação foi muito curto, impossibilitando uma discussão e um aprofundamento maior da posição brasileira. "Esperamos que o processo seja mais demorado na próxima eleição", disse Mantega.

Segundo ele, a escolha brasileira se deveu à experiência, ao currículo e ao conhecimento das questões mundiais de Lagarde, mas sobretudo pelo comprometimento da ministra francesa em continuar com as reformas e a modernização do FMI. "Essa reforma inclui continuar a aumentar a posição dos países emergentes, que hoje têm mais voz e mais votos nas decisões do fundo", afirmou.

Para Mantega, a escolha de Lagarde não significa a escolha de uma candidatura europeia. "É por mérito", disse o ministro. Segundo ele, é preciso se desfazer um "velho acordo", que vem desde a década de 1940, de que sempre um europeu dirige o FMI e um americano comanda o Banco Mundial. "O (ex-diretor) Strauss Kahn já era um europeu que teve comportamento global. Queremos que na próxima eleição não venham com essa história. Pode até ser um europeu, mas tem que haver competência", acrescentou.

Para Mantega, Lagarde, se eleita, não deverá olhar apenas para a crise europeia, mas também para os outros países. O ministro afirmou que a decisão brasileira foi conversada com outros países, como África do Sul, Argentina e Rússia. Na segunda-feira, a China já havia anunciado apoio a Lagarde. "Buscamos formar um consenso sobre o que queremos para o FMI. Não só no sentido de fiscalizar os países emergentes, mas fiscalizar mais os países avançados, que têm causado crises econômicas", afirmou.

Além disso, segundo Mantega, o Brasil deseja aumentar a participação dos emergentes nas diretorias do fundo. Outra reivindicação é de que não haja restrições ao controle de capitais. Para o ministro, o FMI precisa continuar atuando em sintonia com o G-20 (grupo das 20 maiores economias do mundo) que, segundo Mantega, é o principal órgão de coordenação da economia mundial.

O prazo para que os países se posicionem em relação às candidaturas ao FMI se encerra na quinta-feira, dia 30. A sucessão ao FMI foi necessária depois que o antigo presidente Dominique Strauss-Kahn renunciou do cargo. Ele foi preso em Nova York acusado de abusar sexualmente de uma camareira de hotel.

O principal concorrente de Largarde, o mexicano Agustin Carstens recebeu o apoio somente do Canadá e da Austrália, que unidos ao México, possuem 12% do conselho. Com a decisão do Brasil em apoiar a francesa, a eleição de um europeu para o cargo do órgão financeiro mais impostante do mundo fica praticamente certa. Os 24 executivos do conselho se reúnem no final da tarde desta terça-feira para votar. A decisão oficial deve sair até quinta-feira.


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