(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

S&P: plano europeu para Grécia pode ser equiparado a default


postado em 04/07/2011 07:49 / atualizado em 04/07/2011 08:41

Parlamento grego aprovou na semana passada plano de austeridade no país em meio a protestos da população
Parlamento grego aprovou na semana passada plano de austeridade no país em meio a protestos da população
O plano negociado pelas autoridades europeias e o Fundo Monetário Internacional (FMI) para aliviar a dívida grega pode resultar em uma interrupção de pagamentos (default), destacou a agência de classificação financeira Standard and Poor's. Os projetos concebidos pelos credores, sobretudo franceses, para contribuir ao novo plano de resgate da Grécia "conduziriam provavelmente a uma interrupção de pagamentos segundo nossos critérios", afirma a agência em um comunicado.

Um plano proposto pelos credores franceses oferece reinvestir 70% dos valores reembolsados pela Grécia como obrigações que chegaram ao vencimento. Destes 70%, apenas 50% seriam colocados em títulos gregos a 30 anos. Os 20% restantes seriam mantidos como um instrumento de garantia.

Uma segunda opção comprometeria os credores privados a reinvestir 90% das quantias reembolsadas pelo Estado grego em novas obrigações a cinco anos. A Standard and Poor's considera ainda que as duas alternativas resultariam em uma interrupção de pagamentos, pois não constituem estritamente uma "troca" de dívida, e mais uma "quase reestruturação".

Zona do euro


Os governos da zona do euro concordaram no sábado em enviar à Grécia a próxima parcela de 12 bilhões de euros do pacote de ajuda de 110 bilhões de euros fechado para o país no ano passado. Esses governos notaram, porém, que isso será feito apenas após o Fundo Monetário Internacional (FMI) dar seu aval. O pagamento é esperado para o dia 15 de julho. O Ministério das Finanças da Grécia disse, em nota, que o conselho do FMI deve reunir-se para aprovar a parcela no dia 8.

Os ministros de Finanças da zona do euro também se comprometeram a concordar sobre detalhes de um segundo pacote de ajuda para a Grécia "nas próximas semanas", em mais um sinal de que esse acordo não deve ser fechado até 11 de julho, como previsto inicialmente. Diplomatas europeus disseram que provavelmente a Grécia terá de esperar até setembro.

A aprovação do pagamento da parcela do pacote do ano passado era bastante esperada, após o Parlamento grego votar na semana passada um novo pacote de austeridade de 28 bilhões de euros para melhorar as finanças do país até 2015. A votação no Legislativo ocorreu duas semanas após o governo grego quase cair e em meio a grandes protestos populares contra os cortes de gastos.

Em teleconferência na noite do sábado, os ministros das Finanças elogiaram o "forte compromisso" do governo grego com as medidas de austeridade. E afirmaram que entregarão os 8,7 bilhões de euros correspondentes à parte da zona do euro, na próxima parcela de 12 bilhões do pacote do ano passado, assim que o FMI chancelar a iniciativa.

O dinheiro ajudará a Grécia a evitar um não pagamento (default) imediato. Muitos observadores permanecem pessimistas sobre as chances de a Grécia honrar seus compromissos, mesmo com a ajuda de um segundo pacote de ajuda da União Europeia e do FMI.

Os ministros notaram no comunicado que trabalham em maneiras de incluir o setor privado na ajuda e sinalizaram que é preciso haver ainda muito trabalho nesse sentido. Segundo eles, as "modalidades precisas e a escala" do envolvimento do setor privado e dos "financiamentos adicionais de fontes oficiais" serão determinados "nas próximas semanas".

Os governos europeus já disseram que gostariam que credores privados rolassem a maior parte dos 30 bilhões de títulos gregos previstos para 2014, para ajudar a financiar o pacote que poderia totalizar entre 90 bilhões e 120 bilhões de euros. O Eurogrupo deve revelar detalhes do segundo pacote de ajuda em 11 de julho.

Na sexta-feira, funcionários da zona do euro disseram que um segundo pacote pode ser fechado apenas em setembro, apesar da preocupação entre lideranças políticas em torno do risco de se exacerbar o nervosismo dos mercados financeiros pela situação grega. No sábado, uma autoridade que participou da teleconferência também notou que o avanço para um segundo pacote deve ser lento. Falando sob condição de anonimato, a fonte notou que a participação dos agentes privados ainda é muito pequena no momento, "muito menos do que o inicialmente desejado".


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)