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Estado de Minas

Grupo Casino abre 2º pedido de arbitragem contra Abílio Diniz


postado em 04/07/2011 09:28 / atualizado em 04/07/2011 10:26

A varejista francesa Casino anunciou que abriu na última sexta-feira um segundo pedido de arbitragem na Câmara de Comércio Internacional (ICC, na sigla em inglês) contra a família Diniz. Em um comunicado, o Casino afirmou que abriu o pedido "para garantir o respeito dos procedimentos estabelecidos pelo acordo de acionistas de 27 de novembro de 2006" na Companhia Brasileira de Distribuição (CBD).

O Casino reiterou seu compromisso com o Grupo Pão de Açúcar (CBD), que é controlado pela família Diniz, e disse confiar na diretoria da empresa brasileira. "Como acionistas desde 1999, o Grupo Casino tem continuamente apoiado o crescimento e o desenvolvimento do CBD", destacou o Casino no comunicado.

Nesta segunda-feira, o conselho de administração do grupo francês de distribuição Carrefour se declarou favorável à fusão com a Companhia Brasileira de Distribuição (CBD) Pão de Açúcar, líder do setor no Brasil e que tem participação do grupo francês Casino, que rejeita a operação bilionária que pode ter a participação do BNDES.

O Casino, um dos mais importantes acionistas da CBD, que precisa aprovar o negócio, não aceita a fusão. Na semana passada aumentou em 6,2% sua participação nesta empresa, da qual controla agora 43,1% das ações direta e indiretamente

através da Wilkes, holding conjunta com a família Diniz. O projeto, estimulado pela empresa brasileira Gama, prevê a fusão dos ativos

A operação permitiria uma sinergia estimada entre 600 e 800 milhões de euros em um ano (entre 871 e 1,161 bilhão de dólares), segundo o Carrefour. A nova entidade teria um volume de negócios de 30 bilhões de euros em 2011. "No caso de concretização da operação, o Carrefour aumentaria significativamente sua exposição no mercado de crescimento, que significaria um aumento de mais de 40% de suas vendas consolidadas no horizonte de 2013", afirma um comunicado da empresa.

O texto explica, no entanto, que "a decisão do conselho de administração do Carrefour está condicionada à aprovação por parte da CBD da proposta da Gama e da aprovação final do conselho de administração do BNDES e de seu compromisso", já que o banco estatal brasileiro deve participar no financiamento da operação. O BNDES poderia contribuir com 4,5 bilhões de reais (dois bilhões de euros, 2,9 bilhões de dólares) para uma eventual fusão entre Carrefour e Pão de Açúcar no Brasil.

O Casino respondeu nesta mesma segunda-feira com um comunicado no qual afirma que o "Carrefour e seus administradores comprometem sua responsabilidade ao aceitar, apesar das advertências, uma operação iniciada de maneira hostil e levada adiante com negociações ilegais". "Qualquer projeto que envolva o futuro da CBD, co-controlado pelo Casino, só pode acontecer respeitando o pacto de acionistas que vinculam o Grupo Casino e o Grupo Diniz, e (que) está condicionado à aprovação unânime do conselho de administração do Wilkes", recordou o Casino.

Agora é converncer o Cade

Apesar da ferrenha resistência do sócio Casino ao negócio, os interessados na megafusão entre Pão de Açúcar e Carrefour já começam a traçar sua estratégia para tentar aprovar a operação no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A linha central da argumentação é convencer os órgãos de defesa da concorrência que as concentrações excessivas de mercado estão restritas a poucos municípios. As empresas, porém, estão cientes que a megafusão no varejo é “delicada” e que vai exigir concessões.

Os contatos com as autoridades já começaram. Na semana passada, representantes dos investidores que querem a fusão conversaram com o Cade, com a Secretaria de Direito Econômico (ministério da Justiça) e com a Secretaria de Acompanhamento Econômico (Fazenda). As conversas, por enquanto, são para informar que o negócio ainda está em fase de análise pelos sócios e que deve ser comunicado ao Cade assim que for concluído. Ainda não houve troca de informações sobre a operação.

Segundo consultorias envolvidas no processo, as empresas reconhecem que, provavelmente, será necessário assinar um Acordo de Preservação da Reversibilidade da Operação (Apro) com o Cade - um instrumento jurídico que mantenha as empresas separadas enquanto o governo faz a análise do negócio.

Os cálculos preliminares feitos pelas consultorias apontam que Pão de Açúcar e Carrefour estão presentes, ao mesmo tempo, em 70 dos 180 municípios onde atuam. Em apenas 25, a concentração seria “significativa”, ou acima de 50%. O Cade, no entanto, já considerou preocupante concentrações acima de 20% a 30%.

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