O BNDES só apoiará uma fusão entre os gigantes dos supermercados Carrefour e CBD-Pão de Açúcar se a operação for amistosa e sem litígios, o que significa que deve haver uma autorização do também francês Casino, informou à AFP uma fonte ligada às negociações.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, que anunciou que poderá conceder até 2 bilhões de euros para uma fusão de ativos no Brasil entre Carrefour e CBD-Pão de Açúcar, "só apoiará a formação da nova empresa se for feita de forma amistosa", ressaltou a fonte, que pediu para não ser identificada.
O BNDES "não vai apoiar uma operação se existir um litígio", enfatizou o informante. Isto "não é uma mudança de posição. Sempre foi a posição do BNDES", indicou, lembrando que o presidente da instituição, Luciano Coutinho, já havia se pronunciado nesse sentido.
Consultado sobre qual seria o procedimento do BNDES caso as partes não cheguem a um acordo, a fonte explicou: "O banco simplesmente deixará de analisar a operação, deixará de considerar seu apoio".
O Casino é um dos principais acionistas do gigante brasileiro dos supermercados e lojas CBD-Pão de Açúcar, em um acordo de associação que em 2012 permitiria aos franceses assumir o controle acionário do grupo. Mas o Pão de Açúcar propôs na semana passada uma fusão de ativos com o principal concorrente do Casino na França, o também francês Carrefour, que na madrugada desta segunda-feira por meio de seu conselho de administração aprovou a operação, embora condicionada ao apoio do CBD.
O Casino, cujo acionista majoritário e presidente Jean-Charles Naouri está no Brasil nesta segunda-feira para uma reunião com o presidente do BNDES que foi confirmada pela fonte à AFP, opõe-se à fusão que o impediria de assumir o controle do CBD em 2012.
O Casino já possui 43,1% das ações do Wilkes, conglomerado que controla o CBD. De fato, nesta segunda-feira o Casino anunciou a abertura de um segundo procedimento de arbitral contra seu sócio brasileiro no CBD, liderado pelo magnata dos supermercados Abílio Diniz.