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Estado de Minas

Fazenda desconfia que Diniz não repassará desconto a cliente do Pão de Açúcar


postado em 05/07/2011 08:41 / atualizado em 05/07/2011 08:52

Soaram mal dentro do governo as declarações do empresário Abilio Diniz de que, ao comprar o Carrefour com dinheiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES), o Pão de Açúcar será “estratégico para conter a alta dos preços e segurar a inflação”. Segundo assessores do Ministério da Fazenda, quem conhece o histórico de Diniz sabe que dificilmente ele

repassará aos clientes os descontos que vier a ter nas negociações com os fornecedores.

Em 1986, durante o Plano Cruzado, o dono do Pão de Açúcar foi apontado com um dos empresários que mais jogou contra a estabilidade da economia. Tanto que a Polícia Federal descobriu um estoque de 3,8 milhões de latas de óleo no galpão central da rede varejista, em São Paulo, no momento em que produto faltava nas lojas. “Portanto, é preciso ter cautela com a operação”, disse o professor da Escola Superior de Propaganda e Marketing do Rio de Janeiro (ESPM-RJ), José Ricardo Scaroni.

Para ele, é frágil o argumento de queda nos preços após a concretização da compra do Carrefour pelo Pão de Açúcar, pois Diniz já fez movimentos semelhantes, ao assumir o controle das Casas Bahia e do Ponto Frio, mas o consumidor não saiu exatamente como vencedor. Para Ruy Coutinho, presidente da Consultoria LatinLink, o setor de supermercados não é estratégico, como defende Diniz. O importante é a concorrência, o que realmente derruba preços, e não a concentração nas mãos de poucos empresários.


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