O Fundo Monetário Internacional – órgão financeiro mais importante do mundo- terá pela primeira vez uma mulher no cargo máximo de comando. A ex-ministra de economia francesa Christine Lagarde, de 55 anos, assume nesta terça-feira a posição de diretora-chefe do organismo. Pela frente, Lagarde tem a difícil missão de administrar a crise que ameaça a zona do euro e a estabilidade global. Também terá de supervisionar o superaquecimento nos mercados em desenvolvimento.
Como segue a tradição, novamente um europeu foi eleito para o cargo, logo depois do escândalo sexual envolvendo o antigo presidente, o também francês Dominique Strauss-Kahn, que causou sua renúncia. Há cinco dia o Conselho Executivo do órgão elegeu Lagarde para a posição, depois de disputa com o representando dos “mercados emergentes”, o rival mexicano Agustín Carstens.
Em maio, Lagarde visitou o Brasil e na ocasião disse que estava interessada em saber quais eram as expectativas das autoridades brasileiras sobre o fundo. Também esteve na China, Rússia e Arábia Saudita – mercados econômicos emergentes. Os líderes dos países em desenvolvimento cobraram mais espaço no FMI. Por volta das 10 horas, no horário de Brasília, Lagarde compareceu à sede do FMI, em Washington, nos Estados Unidos. Sem compromissos marcados, a diretora adiou entrevista com a imprensa e só pousou para fotos. Ela será a 24ª diretora-geral do fundo.
Remuneração
A nova diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, assumiu o cargo nesta terça-feira e receberá um salário de US$ 551,7 mil por ano, anunciou a instituição. O FMI divulgou o contrato de trabalho de Lagarde, que prevê um salário base de US$ 467.940 por ano e um subsídio para gastos de representação (sem prestação de contas) de US$ 83.760 ao ano, o que eleva o ganho anual a US$ 551,7 mil.
De acordo com os termos do contrato, o FMI também cobrirá as despesas diárias de Christine no exercício das suas funções oficiais e seus planos de pensão e aposentadoria. Christine também concordou em "observar os mais altos padrões de conduta ética, consistentes com os valores de integridade, imparcialidade e discrição", evitando "até mesmo a aparência de impropriedade". Nos termos do contrato, Christine terá uma exclusiva lealdade ao fundo "e deve evitar qualquer conflito de interesse ou a aparência de tal conflito."
Alguns economistas, incluindo o ex-presidente do Banco Central do México Agustín Carstens, que concorreu ao cargo no FMI, afirmaram que Christine poderia representar um conflito de interesse na negociação dos programas de empréstimos para a Grécia, tendo em vista que a França é um dos maiores credores do país. Ela negou essa ideia durante entrevista com o conselho do FMI.