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Estado de Minas

Merkel pede independência de juízo sobre ajuda à Grécia


postado em 05/07/2011 10:50 / atualizado em 05/07/2011 10:54

A chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou nesta terça-feira que o Fundo Monetário Internacional (FMI), a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu (BCE) devem manter sua independência de julgamento enquanto negociam um novo pacote de ajuda para a Grécia. A declaração foi uma resposta ao alerta feito ontem pela agência de classificação de risco Standard & Poor's, de que poderia considerar a proposta francesa de rolagem da dívida grega como um default (calote) seletivo.

"É importante que nós, o FMI, o Banco Central Europeu e a Comissão Europeia não deixemos que tirem nossa própria capacidade de julgamento", afirmou Merkel durante entrevista após encontro com o presidente da Comissão da União Africana, Jean Ping. "Além disso, confio na avaliação de tais instituições em relação a certos procedimentos", acrescentou Merkel, em uma alusão ao envolvimento dos credores privados em uma nova ajuda para a Grécia.

Moody´s

Os bancos que rolarem parte da dívida da Grécia que possuem em troca de novos instrumentos podem ter de registrar despesas com depreciação, afirmou hoje a agência de classificação de risco Moody's. A declaração sinaliza um novo revés para as tentativas das autoridades de envolver os credores privados em um novo socorro para a Grécia. A Moody's, porém, ainda não falou explicitamente que o plano para os bancos vai resultar em default (falência).

Segundo a Moody's, o plano proposto por bancos franceses - que inclui permitir que os bancos rolem cerca de 30 bilhões de euros em dívida que vencerem até junho de 2014 em troca de novos títulos de 5 ou 30 anos - pode significar despesas imediatas contra a dívida mantida no balanço financeiro do banco como "disponível para venda". A Moody's acrescentou que os bônus "mantidos até o vencimento" nos livros do banco também podem ser sujeitos a despesas com depreciação.

Até agora, a Moody's não avaliou diretamente a questão do default, mas analistas dizem que pelos critérios da agência parece claro que a situação seria considerada assim. "Se um investidor receber qualquer coisa abaixo do valor de mercado total prometido pelos termos contratuais dos bônus em cada data de pagamento de juros estipulada ou em uma data de vencimento do principal, (...) é mais provável um default sob nossa definição" disse a Moody's.

No curto prazo, para evitar um default sob os critérios da Moody's, os investidores teriam de participar voluntariamente da troca; a Grécia ainda teria de ser capaz de fazer os pagamentos do serviço da dívida; e os termos da nova operação teriam de ser atraentes sob méritos próprios. Em um comunicado, a agência afirmou que "não é uma parte nas discussões em andamento sobre a rolagem da dívida grega" e que "qualquer implicação para os ratings (notas) será avaliada por meio das metodologias e definições" publicadas pela agência, apenas depois que as autoridades finalizarem o plano.


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