A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, disse em sua primeira coletiva de imprensa, realizada nesta quarta-feira, que tentará resgatar o melhor da gestão deixada por seu antecessor, Dominique Strauss-Kahn, e evoluir nos temas mais controversos.
Solicitada pelos jornalistas para que enumerasse as mudanças que planeja realizar durante seu mandato, a diretora disse que manterá a política econômica anterior.
Lagarde, contudo, também mencionou problemas priorizados pelo antigo número um do Fundo, como o emprego e as questões sociais como componentes periféricos da visão econômica tradicional sobre a situação de um país. "O emprego é uma questão essencial para o Fundo", disse Lagarde. "O desemprego, contudo, está elevado em muitos lugares e como consequência disso há muito por fazer", disse.
Lagarde disse também que quer manter a cooperação iniciada por Strauss-Kahn com a Organização Internacional do Trabalho no verão de 2010. Em uma entrevista para a France 24, Lagarde disse ainda que teve uma conversa telefônica com seu antecessor "sobre alguns assuntos pendentes e sobre um certo número de reformas que havia proposto".
Entre seus planos, há ainda uma nova maneira de exercer suas funções. "Uma diferença que me surge imediatamente é o estilo de direção, porque sou uma pessoa diferente, provavelmente mais inclinada para a integração, para o trabalho em equipe", disse. "Com a diversidade vem o respeito pelo outro (...) e me assegurarei de que cada um continue sendo respeitado", completou.
A nova diretora disse que seguirá de perto a formação (do FMI) sobre a ética. "Eu estabeleci o mesmo em meu gabinete de advogados" (Baker & McKenzie, onde presidiu o comitê executivo mundial de 1999 a 2004), disse Lagarde. A diretora-gerente se recusou a fazer comentários sobre a evolução do caso de agressão sexual contra Strauss-Kahn.