A Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados aprovou a criação de 1.239 cargos — 400 para diplomatas e 893 para oficiais de chancelaria — destinados ao Ministério das Relações Exteriores (MRE). Para ser colocada em prática, a medida ainda passará pela análise de três outras comissões (Trabalho, Finanças e Constituição e Justiça), mas a expectativa é de que os certames sejam formulados já a partir deste ano e os bem-sucedidos, convocados gradualmente, conforme a necessidade do Itamaraty. Os salários iniciais são um atrativo: variam entre R$ 5 mil e R$ 12,9 mil.
A proposta prevê, também, a transformação de 346 cargos de assistente de chancelaria em 172 de oficiais — o número já está incluído no total de 893. Desde que haja previsão orçamentária, o preenchimento das vagas obedecerá a autorização do Ministério do Planejamento.
A carreira de diplomata tem chamado a atenção dos mais jovens por conta do dinamismo, com direito a viagens ao exterior e contato diário com culturas diferentes. O Brasil tem, hoje, 223 representações oficiais em todo o mundo, entre missões diplomáticas permanentes, repartições consulares, escritórios de representação e delegações.
Maratona
Ainda assim, ingressar no Itamaraty não é tarefa fácil. Os candidatos passam por quatro etapas de seleção, uma verdadeira maratona. A primeira é a prova objetiva, com questões de português, história do Brasil e mundial, geografia, política internacional, inglês, noções de economia e de direito — incluído o direito internacional público. Na segunda fase, cobra-se uma avaliação escrita de português. Na terceira, os participantes voltam a responder as questões da primeira. O quarto estágio inclui provas escritas de espanhol e francês. O último certame, que ofereceu 26 vagas para diplomatas, foi lançado no início do ano.