Senadores dos Partidos Democrata e Republicano nos Estados Unidos selaram ontem um acordo para tentar acabar com a tarifa de importação sobre o etanol brasileiro e com os subsídios da indústria americana de etanol de milho no fim deste mês. Se a iniciativa vingar, as medidas que beneficiam o etanol brasileiro entrariam em vigor cinco meses antes do prazo previsto.
O documento foi negociado pelos senadores Dianne Feinstein (Democrata da Califórnia), Amy Klobuchar (Democrata de Minnesota) e John Tune (Republicano de Dakota do Sul). Desde 1980, os Estados Unidos concedem um subsídio de US$ 0,45 por galão de etanol de milho misturado à gasolina e impõem uma tarifa de US$ 0,54 por galão de etanol importado.
A tarifa de importação sobre o etanol brasileiro e os subsídios ao etanol de milho americano estão previstos para expirar em dezembro, mas vem sendo renovados sucessivamente todos os anos. O ambiente político nunca foi tão propício, porém, ao fim dos subsídios agrícolas. O governo americano precisa cortar gastos com urgência.
O acordo selado entre os senadores é um novo caminho no tortuoso sistema político do País. A iniciativa ocorre três semanas depois de uma votação de outra emenda no Senado ter aprovado o fim do programa de apoio ao etanol de milho. A emenda faz parte, porém, de uma lei com medidas de estímulo à economia americana, cuja tramitação está parada. Dessa vez, os senadores querem “colar” o fim da tarifa e dos subsídios ao etanol ao projeto de lei que eleva o teto de gastos dos Estados Unidos.
Uma das discussões mais inflamadas nos EUA, a ampliação do limite de gastos precisa ser aprovada até 2 de agosto porque, sem a aprovação, há risco de o governo americano não ter condições de honrar suas dívidas. Para convencer os republicanos a aprovar a lei, será preciso cortar despesas. Os subsídios ao etanol de milho custam US$ 6 bilhões por ano ao contribuinte americano.