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Estado de Minas

Membro do BCE sugere agência para emissão de bônus


postado em 08/07/2011 16:18 / atualizado em 08/07/2011 16:21

Os membros da zona do euro devem estudar a criação de uma agência reguladora supranacional para as dívidas do bloco monetário, aumentando dessa forma a supervisão fiscal sobre os países que utilizam a moeda comum e evitando futuras crises, afirmou Lorenzo Bini Smaghi, um dos membros do conselho do Banco Central Europeu (BCE).

Smaghi disse que os países da zona do euro poderiam evitar estourar os limites nacionais de endividamento público "tornando a emissão de dívidas um assunto de competência das nações da zona do euro". Mais especificamente, "os Estados-membros poderiam transferir para uma agência supranacional o direito de emitir dívida", respeitando níveis definidos pelo Conselho Europeu.

Isso criaria "um freio genuíno" para o endividamento, evitando que países emitissem bônus para cobrir gastos superiores ao limite. Ele acrescentou que "essa não é uma proposta referente aos chamados Eurobônus" e que os tesouros nacionais continuariam responsáveis por suas próprias dívidas, mantendo a diversidade de instrumentos, mas o volume total que cada nação poderia emitir teria de ser aprovado pelo bloco monetário.



"A crise mostrou que o euro é uma construção incompleta e que precisa ser terminada", disse Smaghi durante um discurso na Grécia. Ele também alertou que a participação do setor privado em um novo pacote de resgate para os gregos pode trazer consequências ruins para a população do país, particularmente em meio à crise financeira. "As autoridades deveriam explicar sob quais circunstâncias o envolvimento forçado dos detentores de bônus ocasionaria custos mais altos para os contribuintes", acrescentou.

Os comentários de Smaghi refletem as preocupações do BCE com a possibilidade de as agências de rating decidirem declarar que a Grécia está em default se for adotado um plano segundo o qual bancos detentores de bônus gregos reinvestiriam o dinheiro obtido com esses papéis em títulos de prazo mais longo do próprio país, ajudando assim na rolagem da dívida.


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