A estatal chilena Codelco, a maior produtora mundial de cobre, enfrenta nesta segunda-feira a primeira greve geral em 18 anos, de 24 horas de duração, em protesto contra um plano de modernização que para os trabalhadores poderia iniciar um processo de privatização, algo que o governo nega.
"Não há nenhuma intenção de privatizar a Codelco. Não faz parte das prioridades, ou do programa do Governo, nenhuma atividade relacionada nessa direção", afirmou o ministro de Mineração, Laurence Golborne. "A greve ocorre em todos os setores", afirmou Raimundo Espinoza, presidente da Federação de Trabalhadores do Cobre (FTC), que reúne quase 15.000 trabalhadores da estatal.
A paralisação significará prejuízos de aproximadamente 40 milhões de dólares, afetando a produção de 4.900 toneladas de cobre, segundo cálculos da companhia.
A mobilização envolve as seis divisões da companhia que produzem nas minas de Chuquicamata, Teniente e Andina (as mais produtivas). Além disso, é a primeira greve enfrentada nos últimos 18 anos pela companhia que produz 11% do cobre mundial, 1,7 milhão de toneladas por ano.
Os trabalhadores, que vão ficar mobilizados por 24 horas, afirmam que um plano de modernização adotado pela nova direção, que assumiu o comando depois da chegada ao poder do presidente direitista Sebastián Piñera, em março de 2010, poderia significar o início da privatização da companhia.
O presidente da estatal, Diego Hernández, também negou a intenção de privatizar e afirmou que a greve é produto da insatisfação dos trabalhadores frente a mudanças que vão continuar sendo implementadas. Paralelamente, existe um plano de investimentos de quase 17,5 bilhões de dólares anuais até 2015, para aumentar a produção para 2,1 milhões de toneladas em 2020.
"A privatização não existe. Agora, se há interpretações sobre a adoção das medidas que estão sendo tomadas para melhorar as operações, acredito que o caminho seja conversarmos", acrescentou Goldberg. Nos 40 anos de história, a Codelco - segundo suas próprias informações - entregou ao Estado chileno 84 bilhões de dólares, o equivalente a 11% da arrecadação fiscal total.