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Estado de Minas

Crise derruba fluxo de brasileiros 'legais' para países ricos, diz OCDE


postado em 12/07/2011 11:21 / atualizado em 12/07/2011 12:50


O fluxo de entrada de imigrantes brasileiros em situação legal nos países avançados que integram a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) caiu quase pela metade entre 2006 e 2009, ano marcado por uma grave recessão nas economias ricas.

A informação foi dada à BBC Brasil pelo economista Jean-Christophe Dumont, da OCDE, um dos autores do estudo Perspectivas das Migrações Internacionais, divulgado nesta terça-feira e que traça um panorama da imigração legal absorvida pelos 34 países da organização.

No entanto, o número relativo ao fluxo de imigrantes brasileiros nos países avançados não consta do relatório da OCDE publicado nesta terça-feira e foi levantado a pedido da BBC Brasil.

Segundo Dumont, a entrada de imigrantes brasileiros nos países da OCDE, que foi de 100 mil pessoas em 2005 e 2006, atingiu o pico de 101,8 mil em 2007 e caiu para 81,7 mil em 2008 e 53,5 mil em 2009. Esse número inclui sobretudo pessoas que foram trabalhar ou estudar nos países que fazem parte do grupo.

"A queda no número de brasileiros, que entram de maneira temporária ou permanente, se deve sobretudo a diminuição da imigração para a Espanha e Japão", diz o economista.

No Japão, o total de brasileiros que ingressaram de maneira legal no país despencou de mais de 30 mil em 2006 (em 2007 o número havia sido de 25 mil) para pouco mais de 3 mil em 2009.

O Japão também lançou em abril de 2009 um programa de retorno voluntário para os imigrantes desempregados descendentes de japoneses, oferecendo ajuda financeira para a volta ao país de origem.

Retorno

De acordo com o estudo da OCDE, os brasileiros representaram a quase totalidade (93%) das quase 22 mil pessoas que utilizaram esse incentivo de retorno voluntário.

O número de brasileiros residentes no Japão diminuiu, em 2009, em mais de 14% em razão da "rarefação do trabalho", afirma o relatório da organização.

Na Espanha, a queda do fluxo de imigrantes brasileiros também foi brutal em 2009 na comparação com os anos anteriores, de acordo com a OCDE. Esse número, que havia ultrapassado 35 mil em 2007, caiu para 15 mil em 2009.

Já nos Estados Unidos, a queda no fluxo de entrada de imigrantes brasileiros em situação legal ocorreu antes de 2009.

Ela foi concentrada em 2007 e 2008, quando começou a crise financeira mundial, e chegou a aumentar ligeiramente em 2009, se situando nos mesmos patamares de 2007, de cerca de 15 mil pessoas.

Em Portugal, onde os brasileiros representam a maior nacionalidade estrangeira residente (26% da população imigrante total), o fluxo de entradas de brasileiros também já vinha caindo desde 2007 e ficou abaixo de 5 mil pessoas em 2008 e 2009.

No entanto, os imigrantes brasileiros, que representavam mais de 20% do total de entradas de estrangeiros em Portugal entre 2001 e 2008, passaram para menos de 10% desse fluxo em 2009.

Mesmo assim, em 2009, os brasileiros ainda representaram a terceira maior nacionalidade, em termos de percentual da entrada de estrangeiros em Portugal.

Segundo o relatório, o número de entradas de imigrantes originários da América do Sul nos países da OCDE caiu 36% em 2009 na comparação com 2007 (de 511 mil para 327 mil pessoas), em razão da crise econômica na Espanha, principal destino das populações sul-americanas.

 


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