O glamour da Savassi está prestes a voltar. A região, que perdeu nos últimos anos bares e lojas para bairros como Lourdes e Belvedere, volta a ser palco de negócios. Só os grandes hotéis, shoppings e torres comerciais estão desembolsando mais de R$ 200 milhões na região. Todos os empreendimentos têm prazo para acabar: estarão prontos antes da Copa de 2014. Junto aos investimentos, as obras de revitalização da Savassi, orçadas em R$ 10 milhões, vão ajudar o bairro a voltar a ser o ícone do charme da capital mineira.
Em outro terreno, adquirido pela Multiplan na Av. do Contorno, onde ficava a antiga loja de relógios Casa da Vovó, com prolongamento até a Rua Lavras, serão implantadas 30 novas lojas. A Multiplan informa apenas que a expectativa é de que as duas obras sejam entregues no primeiro semestre de 2014. Durante sua construção, o Pátio consumiu investimentos da ordem de R$ 100 milhões. Atualmente, o centro de compras conta com 132 lojas e no ano passado recebeu 10,7 milhões de visitantes que movimentaram, em vendas, R$ 283,9 milhões.
Novo Mall
Antes disso, em maio de 2013, a região vai ganhar mais um empreendimento comercial. Trata-se do Savassi Mall 2, que está sendo construído na Rua Sergipe, quase esquina com Av. Getúlio Vargas. O edifício, obra da PHV Engenharia, vai consumir cerca de R$ 50 milhões em investimentos e terá 15 andares comerciais, dois andares de estacionamento e dois pavimentos de lojas. Os andares terão 700 metros quadrados. Alguns serão vendidos para investidores e outros vão ser alugados. "Muitas empresas estão vindo para Belo Horizonte e não encontram espaço para se instalar. A nossa intenção é alugar pavimentos corridos", afirma Mário Cunha, diretor comercial da PHV Engenharia.
O estacionamento vai ter 527 vagas e o mix de lojas ainda está sendo definido pela PHV. "Vamos tentar oferecer um mix diferenciado dos outros shoppings. Acreditamos que há espaço para todo mundo na região. As obras vão revigorar o bairro", diz Cunha. Ele estima que cerca de 2 mil pessoas vão circular diariamente pelo mall e entre 5,5 mil e 6 mil pessoas passem pela torre.
Uma das esquinas mais privilegiadas do bairro, entre a Av. Getúlio Vargas e as ruas Fernandes Tourinho e Alagoas, vai ganhar um edifício comercial em 2011: o Lalic. O empreendimento está sendo construído na área onde era a antiga loja de utensílios domésticos com o mesmo nome. O terreno, de 600 metros quadrados, incorporou também o restaurante vizinho. A obra, prevista para ficar pronta em dezembro, terá 10 pavimentos comerciais, quatro andares de garagem e três lojas com sobrelojas. "É um prédio inteligente, com tudo automatizado", diz Marcos Bacha, diretor-administrativo do JAB Empreendimentos, responsável pelo empreendimento. Bacha acredita que a Savassi vai ser um dos bairros mais valorizados nos próximos anos. "Os investimentos da prefeitura nas praças e ruas vão levar as pessoas a gostar de passear a pé pela região. E os novos hotéis também vão atrair mais turistas", diz.
A Savassi conta hoje com 2 mil pontos comerciais. "O perfil da região mudou. Antes só tinha comércio. Agora vemos muitos prestadores de serviço. E a topografia privilegiada do bairro favorece o turismo. Com isso, número maior de pessoas passa a circular na região e aquece o comércio", diz Maria Auxiliadora Teixeira, presidente da Associação de Lojistas da Savassi.
Daqui para o futuro
Momento é de paciência
Reduto charmoso de compras de rua em BH, a Savassi perdeu espaço, primeiro, com o surgimento e as ampliações dos shoppings. Em seguida, o comércio mais sofisticado migrou para Lourdes, que fisgou grande parte do charme do bairro. Mas a chegada do Pátio Savassi na região, em maio de 2004, voltou a dar um novo ar para o bairro. A região voltou a ser frequentada por jovens e consumidores de poder aquisitivo mais elevado. Agora, com a revitalização das praças e ruas da região e a chegada de novos empreendimentos comerciais e hoteleiros, a Savassi ganha novos ares. É preciso, no entanto, ter paciência para ganhar dinheiro na região. As obras de revitalização, que devem durar até início do ano que vem, estão trazendo prejuízo para muitos comerciantes. Quem tiver um pé-de-meia e conseguir se segurar no ponto pode colher os frutos em futuro próximo.