O déficit do Orçamento dos EUA continuou a crescer em junho, segundo relatório divulgado no momento em que se aproxima o prazo para o governo federal elevar o teto de sua dívida ou enfrentar sérias consequências para a recuperação econômica norte-americana. Os EUA gastaram US$ 43,08 bilhões a mais do que arrecadaram no mês passado, elevando o déficit no ano fiscal de 2011 para US$ 970,52 bilhões.
O déficit em junho foi menor do que os US$ 68,42 bilhões negativos registrados no mesmo mês em 2010, uma vez que um ajuste no custo dos subsídios para crédito educativo reduziu as despesas. O Departamento do Tesouro informou que a receita nos nove primeiros meses do ano fiscal de 2011 totalizou US$ 1,734 trilhão, ao passo que os gastos somaram US$ 2,705 trilhões. O déficit orçamentário deve superar US$ 1 trilhão até o fim do ano fiscal em 30 de setembro. No ano fiscal passado, o déficit foi de US$ 1,29 trilhão.
O relatório mensal do Tesouro é divulgado enquanto prossegue o impasse entre a Casa Branca e o Congresso sobre um plano para conter o rombo. Republicanos e democratas estão tentando garantir um acordo antes que o governo corra o risco de uma moratória técnica de sua dívida. O Departamento do Tesouro alertou que os EUA podem declarar a moratória se o Congresso não elevar o limite da dívida até 2 de agosto.
Em depoimento ao Congresso nesta quarta-feira, o presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Ben Bernanke, disse que as autoridades em Washington precisam elevar o teto da dívida e cortar o déficit no longo prazo para evitar uma deterioração da economia. Bernanke disse que o fracasso em aumentar o limite da dívida levará a cortes imediatos nos pagamentos da seguridade social, Medicare e militares ou à alguma combinação destas despesas para que o governo possa manter o pagamento dos juros da dívida. O Tesouro informou hoje que os pagamentos de juros sobre a dívida até agora no ano fiscal de 2011 somaram US$ 189,17 bilhões. Os pagamentos da seguridade social totalizaram US$ 547 24 bilhões.