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Estado de Minas

Fabricantes de fogões a motos dão férias coletivas


postado em 17/07/2011 08:45

Fabricantes de geladeiras, lavadoras, fogões e motos deram férias coletivas aos trabalhadores na virada do mês alegando “parada técnica normal” para manutenção das linhas de produção, pois as vendas nesta época são menores.

A Electrolux, por exemplo, parou a produção de duas linhas de lavadoras, duas de fogões e uma de freezer entre os dias 11 e 20 deste mês, que envolvem 2.060 trabalhadores. Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Carlos. Eric Silva, a empresa informou que está ajustando estoques. Ele acrescenta que pequenas empresas que fornecem peças para a companhia também interromperam a produção nesse período. Procurada pelo Estado, a Electrolux não comentou.

A Mabe, outra fabricante de linha branca, deu férias coletivas de 15 dias a 500 trabalhadores da produção de refrigeradores da fábrica em Hortolândia (SP), segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas, Jair dos Santos. Nas contas do sindicalista, deixaram de ser produzidos 2.800 refrigeradores por dia nesse período. A Mabe informa, por meio de sua assessoria, que se trata de uma parada “tradicional da produção em períodos de baixa temporada”.

Na Zona Franca de Manaus (AM) o quadro é semelhante. Valdemir Santana, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Manaus, conta que a indústria de motocicletas parou a produção por dez dias no começo deste mês. A Moto Honda da Amazônia informa que realiza anualmente parada neste período do ano para a manutenção nos equipamentos. A empresa ressalta que as vendas de motos continuam crescendo e quebrando sucessivos recordes.

“O pico de produção da indústria ocorre no terceiro trimestre, entre julho e setembro, quando as empresas se preparam para o fim do ano”, afirma Bráulio Borges, economista-chefe da LCA Consultores. Normalmente, diz ele, a redução da produção e férias coletivas nas fábricas ocorrem entre dezembro e fevereiro.

Para Borges, o aumento dos estoques é reflexo de uma demanda mais fraca do que inicialmente se imaginava. Ele pondera que não se trata de uma freada, mas um ritmo de crescimento menor. As empresas tinham se programado para um crescimento do PIB neste ano de 5%. Agora constataram que a economia vai crescer 3,5%.

O economista atribui a desaceleração às medidas para esfriar a demanda tomadas desde o fim de 2010 e ressalta que o último relatório do Banco Central diz que o efeito pleno do aumento dos compulsórios para conter consumo deve ocorrer no terceiro trimestre. “Alguma coisa já deve ter resvalado em junho”, diz.


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