No primeiro semestre deste ano, o setor têxtil e de confecção registrou déficit de US$ 2,26 bilhões na balança comercial. O número foi divulgado nesta quarta-feira pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit).
Segundo a associação, entre janeiro e junho deste ano, o déficit na balança comercial do setor cresceu 43,2%, excluindo-se a fibra de algodão, em comparação ao mesmo período do ano passado. As importações do setor cresceram 31,7% no período, somando US$ 2,966 bilhões. As exportações cresceram 4,7%, alcançando US$ 706,3 milhões.
O balanço divulgado pela associação apontou queda de 0,3% na produção da indústria de vestuário e confecção e de 11,9% na produção do segmento têxtil, analisando-se o período entre janeiro e maio deste ano em comparação a igual período de 2010. Já o varejo cresceu 6,86%, o que indica, segundo a associação, que os produtos importados vêm crescendo nas prateleiras das lojas. China, Índia e Indonésia são os principais exportadores de produtos têxteis para o Brasil. Entre janeiro e maio deste ano, foram criados 16 mil postos de trabalho no setor, número 63% inferior ao que foi registrado no mesmo período do ano passado, quando foram criadas 45 mil vagas.
Em nota, o presidente da associação, Aguinaldo Diniz Filho, considerou o anúncio feito pelo governo de que será lançado um pacote de medidas para fortalecer o setor têxtil e de confecção animador. “Não há tempo a perder. Já deixamos de gerar 63% de empregos comparando com o ano passado”.
O setor têxtil e de confecção brasileiro é o quinto maior do mundo, reunindo mais de 30 mil empresas que empregam 1,7 milhão de pessoas diretamente. No ano passado, o setor faturou US$ 52 bilhões, mas registrou um déficit de US$ 3,5 bilhões em sua balança comercial.