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Estado de Minas CRÍTICAS DE TODOS OS LADOS

Indústria e comércio condenam novo aumento dos juros e preveem retração nos negócios

Trabalhadores lamentam equívoco do governo e temem perda salarial


postado em 21/07/2011 06:00 / atualizado em 21/07/2011 10:34

O quinto aumento consecutivo da taxa básica de juros espreme as projeções de crescimento da indústria e do comércio no melhor semestre de vendas para os dois setores e deverá dificultar as campanhas salariais de categorias profissionais de peso, a exemplo dos metalúrgicos, com datas-base nos próximos meses. Para o presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Olavo Machado Júnior, o novo arrocho do Banco Central, com a Selic subindo para 12,5% ao ano, não faz sentido, ante os sinais de arrefecimento já dados pela produção industrial e a inadimplência tanto dos consumidores quanto das empresas.

O calote na esfera das pessoas jurídicas já havia encerrado maio, frente a abril, com elevação de 15,6% no segmento das micro e pequenas empresas, de 28,1% no ramo dos médios empreendimentos e 20,3% entre as grandes firmas. “Mais restrição à produção neste momento agrava a situação da indústria e principalmente das pequenas empresas, que já têm

dificuldade de acesso a crédito e concorrem com empreendimentos maiores, mais capitalizados e eficientes”, diz o presidente da Fiemg. O recado que o Banco Central dá ao setor produtivo, segundo o industrial, é o de que as empresas terão de frear as expectativas de crescimento, o que compromete a geração de empregos.

O comércio, que ainda depende do crédito para viabilizar de 60% a 70% dos seus negócios, também reagiu à nova alta dos juros. O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), Bruno Falci, preve mais uma “leve desaceleração”, que o setor pretende tentar contornar apostando no consumo motivado pelas festas de fim de ano, especialmente o Natal. A Federação do Comércio de Minas Gerais (Fecomércio Minas) rebateu que mais uma vez a política monetária privilegia o sistema financeiro, agravando o risco da concessão do crédito para o consumo.

“Vendendo com maior risco, o comércio fica desestimulado a investir enquanto os bancos são melhor remunerados pelo dinheiro que emprestam. Não podemos nos esquecer de que as empresas do setor precisam do crédito para inserir novos consumidores no seu mercado”, afirma Silvânia Maria Carvalho de Araújo, coordenadora do Departamento de Economia da Fecomércio Minas.

Às vésperas de campanhas salariais duras como as dos bancários e metalúrgicos, o presidente da Central Única dos trabalhadores (CUT) em Minas, Marco Antônio de Jesus, sustenta que a medida consiste num equívoco para um país que quer continuar crescendo. “É uma política extremamente prejudicial para os trabalhadores que começam a se endividar novamente, entram no cheque especial e buscam melhorar os salários nas campanhas deste semestre”, afirma.

PIB mantido

Apesar do aumento das taxas básica de juros, o Ministério do Planejamento manteve a projeção de crescimento da economia em 4,5% para este ano, no relatório de avaliação de receitas e despesas do terceiro bimestre. Segundo o documento, divulgado nessa quarta-feira, o Produto Interno Bruto (PIB) nominal estimado para este ano é de R$ 4,109 trilhões. O ministério, no entanto, aumentou de 5,7% para 5,8% a previsão de IPCA acumulado em 2011 e a taxa Selic média foi revisada de 11,74% ao ano para 11,87% ao ano.


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