O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, afirmou que o governo comandado pelo presidente Barack Obama e a oposição republicana precisam alcançar um acordo ''hoje'' (segunda-feira) para pôr fim ao impasse sobre o limite da dívida pública do país e, assim, evitar o risco de calote. No próximo dia 2 de agosto, os Estados Unidos devem ultrapassar o chamado ''teto de sua dívida'', que é de US$ 14,3 trilhões (cerca de R$ 22,2 trilhões).
Negociações entre o presidente Barack Obama e o líder do Congresso, o republicano John Boehner, não conseguiram romper o impasse a respeito do tema. ''Eles precisam de um projeto que, com total certeza, seja aprovado nas duas casas do Congresso. É aceitável para o presidente e que deve acontecer hoje. Existe muita política envolvida, mas tem de ser feito - não há escolha, não há alternativas, o fracasso não é uma opção", afirmou.
Analistas afirmam que o calote da dívida americana poderia provocar um salto da taxa de juros nos Estados Unidos e potencialmente ameaçar a recuperação econômica mundial. Em entrevista à rede de TV americana ABC, Geithner disse estar confiante que um acordo será alcançado, mas que o prazo está se esgotando. No último dia 16 de maio, os Estados Unidos atingiram o limite legal de endividamento público - de US$ 14,3 trilhões - no último dia 16 de maio.
Na ocasião, Geithner anunciou medidas temporárias, como a suspensão de investimentos em fundos de pensão, a fim que evitar que a dívida ultrapasse esse limite. Mas o governo afirma que essas medidas provisórias só serão eficazes até o dia 2 de agosto. Depois desse prazo, caso o teto não seja elevado, o governo não terá mais dinheiro e terá de deixar de cumprir algumas de suas obrigações financeiras.
A oposição republicana, que o controla da Câmara dos Representantes - o equivalente à Câmara dos Deputados - exige que um acordo para elevar a dívida esteja condicionado a cortes no orçamento americano, para reduzir o déficil, culculado em cerca de US$ 1,5 trilhão (cerca de R$ 2,3 trilhões) para o ano fiscal que termina em setembro.
Os impasses se devem ao fato de que os republicanos se opõem a quaisquer projetos que incluam aumento de impostos. Mas Obama defende a necessidade de acabar com cortes de impostos que beneficiariam a camada mais rica da população, criada ainda no governo do presidente George W. Bush. Os democratas, por sua vez, se opõem a cortar programas sociais que os republicanos desejam enxugar.