O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o superávit primário do governo central acumulado de janeiro a junho deste ano, de R$ 55,52 bilhões, é bem maior do que os R$ 24,89 bilhões registrados no primeiro semestre do ano passado. O ministro reafirmou que o avanço da arrecadação não será utilizado para aumentar as despesas que, segundo ele, estão crescendo em ritmo menor do que as receitas.
De acordo com Mantega, a arrecadação subiu 19,3% de janeiro a junho deste ano contra 10,8% de avanço das despesas. No primeiro semestre do ano passado, as receitas subiram 19,2% ante avanço de 18,2% dos gastos públicos. "Temos como princípio que as despesas cresçam menos do que o avanço registrado pela economia (PIB)", afirmou.
Mantega destacou que o rigor fiscal do governo é um dos principais elementos que está colaborando para reduzir o ritmo da inflação medida pelo IPCA. "Há um pouso suave da inflação. Todos os indicadores mostram que a inflação de junho é menor do que a de maio", ressaltou. Mantega, contudo, afirmou que como o combate a inflação é prioridade número um do governo o Banco Central continua com total liberdade para agir para cumprir as metas estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). "Se o Copom vai continuar elevando ou não os juros isso precisa ser perguntado ao Banco Central", concluiu.
Mantega afirmou que o "combate a inflação é uma questão de honra para o governo. O Brasil seguirá empenhado no controle da inflação e vai continuar a tomar todas as medidas necessárias para que isso ocorra". O ministro afirmou que o IPCA de julho deve ter um número parecido com o do IPCA-15, que subiu 0,10% neste mês.