Os gastos de brasileiros com cartão de crédito no exterior aumentaram, segundo dados do Banco Central (BC) divulgados nesta terça-feira. Em junho, essas despesas chegaram a US$ 1,004 bilhão, contra US$ 813 milhões de igual período do ano passado. Em maio, os gastos haviam ficado em US$ 909 milhões.
Essas despesas com cartão de crédito corresponderam a 54,1% do total de gastos de brasileiros em viagem ao exterior, que
O governo aumentou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para as compras com cartão de crédito no exterior. O decreto, publicado no dia 28 de março no Diário Oficial da União, elevou de 2,38% para 6,38% o IOF sobre as compras com cartão de crédito no exterior. A regra passou a valer 30 dias depois da publicação da portaria e ideia era reduzir as despesas dos brasileiros com cartão de crédito.
Já os gastos de estrangeiros em viagem ao Brasil chegaram a US$ 3,370 bilhões no primeiro semestre, contra US$ 2,933 bilhões de igual período de 2010. Em junho, esses gastos ficaram em US$ 490 milhões, contra US$ 414 milhões de igual período de 2010.
Déficit na conta viagens
As despesas líquidas com viagens internacionais no balanço de pagamentos do Brasil com o exterior somaram US$ 1,364 bilhão em junho, informou hoje o Banco Central (BC). O resultado é pior do que o obtido no mesmo mês de 2010, quando as despesas líquidas somaram US$ 911 milhões. De acordo com dados do BC, as despesas totais com viagens em junho deste ano atingiram US$ 1,854 bilhão e as receitas US$ 490 milhões.
No acumulado do ano, as despesas com viagens internacionais atingiram US$ 6,814 bilhões, ante US$ 4,118 bilhões no mesmo período do ano passado. As despesas com viagens internacionais são um dos fatores que mais pressionam a conta de serviços do balanço de pagamentos. De acordo com dados do BC, a conta de serviços foi deficitária em US$ 3,383 bilhões em junho. No acumulado do primeiro semestre, a conta de serviços computa um déficit de US$ 17,872 bilhões.
Outro item que pressiona a conta de serviços é a de aluguel de equipamentos, que fechou junho com déficit de US$ 1,437 bilhão e o primeiro semestre com um saldo negativo de US$ 7,833 bilhões. As despesa com transporte em junho foi deficitária em US$ 599 milhões e no primeiro semestre, em US$ 3,465 bilhões.
Remessas de lucros e dividendos
As remessas de lucros e dividendos somaram US$ 4,063 bilhões em junho, ficando praticamente estáveis ante igual mês de 2010, informou hoje o Banco Central (BC). No primeiro semestre, as remessas somaram US$ 18,768 bilhões, com crescimento de 25% sobre o resultado dos seis primeiros meses do ano passado. A despesa com juros da dívida externa foi de US$ 443 milhões, quase metade do verificado em junho do ano passado. No primeiro semestre, o gasto com juros foi de US$ 3,570 bilhões, queda de 29% sobre o primeiro semestre de 2010.
Dívida externa
A taxa de rolagem total de empréstimos contratados por empresas a médio e longo prazos no exterior atingiu 624%, informou hoje o Banco Central (BC). No primeiro semestre, a taxa de rolagem é de 515%. A dívida externa brasileira fechou junho em US$ 286,829 bilhões. A dívida de curto prazo soma US$ 51,027 bilhões e a de longo prazo US$ 235,803 bilhões.
Em março, último dado disponível, a dívida externa estava em US$ 275,947 bilhões. Os principais fatores de aumento da dívida externa, no segundo trimestre, segundo o BC, foram as captações líquidas de títulos de bancos, no valor de US$ 6,3 bilhões, e de outros setores, de US$ 3,2 bilhões. Os desembolsos líquidos de empréstimos a bancos somaram US$ 6,8 bilhões e para outros setores, US$ 3,6 bilhões.