O banco espanhol Santander obteve no primeiro trimestre do ano lucros líquidos de 3,501 bilhões de euros, em baixa interanual de 21,2%, apesar de seus ganhos na América Latina continuarem em forte progressão, informou nesta quarta-feira o grupo em um comunicado. Por outro lado, o Santander continua tendo seu principal motor de crescimento na América Latina, com lucros líquidos de 2,457 bilhões de euros no primeiro semestre, em alta de 16%. As atividades latino-americanas do Santander representam agora 44% de seus lucros líquidos. O Santander Brasil teve alta de 7,6% do lucro no semestre, para 1,381 bilhão de euros, respondendo por 25% do resultado do grupo.
O crescimento dos lucros no continente latino-americano permite ao banco compensar a queda registrada na Europa continental (-17%, a 1,874 bilhão de euros) e no Reino Unido, onde o lucro líquido foi dividido por três, a 346 milhões de euros, devido à criação de um fundo extraordinário. O Santander, o maior banco da Zona do Euro em termos de capitalização, atribuiu a forte
Sem este fundo, o lucro semestral do Santander teria sido de 4,121 bilhões de euros, em queda de 7% em relação ao mesmo período de 2010. No segundo trimestre, o banco obteve um lucro líquido de 1,393 bilhão de euros, também em forte retrocesso de 37,5%. A atividade é boa, em compensação,nos Estados Unidos, onde o lucro líquido deu um salto de 72%, a 547 milhões de euros.
O mercado apostava num lucro de 2,07 bilhões de euros no período abril-junho, segundo pesquisas da agência DowJones Newswires com cinco analistas, que aparentemente não levaram em conta a criação do "fundo excepcional". A margem de juros líquidos do Santander chegou a 7,638 bilhões de euros no conjunto do semestre, em alta de 3,5%, e a 15,152 bilhões no segundo trimestre, em alta de 4,5%.
Em um comunicado, o presidente do Santander, Emilio Botín, afirmou que o banco fechará 2011 "com um lucro recorrente em torno do obtido no ano passado", o que permitirá que mantenha o mesmo nível de dividendos (60 centavos de euro por ação). Por outro lado, o diretor-geral Alfredo Saenz da entidade anunciou que o Santander vai adiar o lançamento de ações na bolsa, prevista inicialmente para 2011, de suas filiais britânica e argentina devido às condições difíceis de mercado.
Em relação à filial argentina, Saenz justificou o adiamento pelas condições de mercado, e quanto à filial no Reino Unido, alegou a reforma em curso dentro do marco regulatório no país e ao atraso sofrido pela integração das 318 agências britânicas ao Royal Bank of Scotland (RBS), que adquiriu no ano passado. O projeto de lançamento de ações na Bolsa em Londres ajudará o Santander a financiar sua expansão forçosa no Reino Unido, que já está atrasada.