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Estado de Minas

Crise no EUA pode fazer economia mundial ser empurrada para nova recessão


postado em 28/07/2011 09:39 / atualizado em 28/07/2011 09:46

Apesar das dificuldades políticas, Obama ainda acredita em um entendimento entre os aliados e a oposição no Congresso antes de 2 de agosto (foto: POOL)
Apesar das dificuldades políticas, Obama ainda acredita em um entendimento entre os aliados e a oposição no Congresso antes de 2 de agosto (foto: POOL)
A Casa Branca informou nessa quarta-feira que já está preparada para a eventualidade de o Congresso norte-americano não chegar a um acordo, antes de 2 de agosto, sobre o aumento do teto de endividamento público do país. O porta-voz do presidente Barack Obama, Jay Carney, disse que o Departamento do Tesouro já está elaborando um plano para definir prioridades de gastos, estabelecendo quais as despesas que seriam mantidas e os pagamentos que seriam suspensos. “Estão trabalhando nisso”, disse Carney, em uma entrevista à imprensa, sem entrar em detalhes.

O porta-voz reiterou, no entanto, sua confiança na capacidade dos políticos de chegar a um acordo. “Definitivamente, por mais desesperadora que seja a situação, o Congresso pode conseguir um compromisso aceitável”, disse Carney. Se não houver entendimento, contudo, grande parte da administração pública federal poderá ser paralisada, uma vez que, segundo analistas, cerca de 40% das despesas do governo norte-americano são atualmente financiadas com endividamento.

Na última segunda-feira, em pronunciamento em cadeia nacional de TV, o presidente Barack Obama afirmou que, se democratas e republicanos não chegarem a um entendimento para aumentar o teto da dívida, atualmente de US$ 14,3 trilhões, haverá consequências graves para a economia do país, que já se encontra bastante enfraquecida e não conseguiu ainda se recuperar da grande crise de 2008.

Duro teste

Um relatório divulgado na quarta-feira pelo FED, o banco central dos Estados Unidos, afirma que “a atividade econômica continua crescendo, mas o ritmo se desacelerou” na maioria das regiões do país. Segundo o documento, embora estejam sendo registrados aumentos modestos nas vendas de varejo e incrementos discretos na indústria e no setor de serviços, os níveis de emprego continuam baixos e o mercado imobiliário continua com fraco desempenho.

Nesta sexta-feira, o governo deve publicar sua primeira estimativa para o crescimento econômico no segundo trimestre do ano, que irão permitir que se faça também uma previsão para o todo o ano. Segundo analistas, ela será inferior à do primeiro trimestre, quando os dados aprontavam para uma expansão de 1,9% da economia em 2011.

A falta de um acordo entre governo e oposição também poderá levar o Tesouro a suspender os pagamentos da dívida norte-americana, o que levará a crise para fora das fronteiras dos EUA e submeterá a economia internacional a um duro teste. Com problemas graves na Europa e no Japão, o receio é que o mundo seja empurrado mais uma vez para uma recessão, que desta vez pode ser ainda mais profunda.

Na terça-feira, a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, advertiu que um calote norte-americano seria algo “muito grave para a economia mundial”. Os efeitos negativos não se limitariam às perdas dos bancos e investidores com a queda do valor dos títulos do Tesouro, mas alcançariam também os fluxos de comércio e a chamada economia real. Apesar do extraordinário crescimento da China e de outros países emergentes, o mercado norte-americano ainda é um quarto da economia do planeta e os Estados Unidos são os maiores importadores mundiais.

“As consequências em outras regiões do mundo seriam enormes, em particular naquelas que têm um crescimento lento, como Europa, porque o comércio com os Estados Unidos seria afetado”, disse Nariman Behravesh, economista-chefe da consultora IHS Global Insight.

Wall Street derrete 1,59%

Em meio ao impasse entre a Casa Branca e o Congresso para aumentar o teto da dívida dos Estados Unidos, a Bolsa de Nova York voltou a despencar. Principal índice de Wall Street, o Dow Jones caiu 1,59% ontem. O indicador agrupa as ações das 30 das maiores empresas norte-americanas e sentiu um dos maiores baques dos últimos dias, marcados por uma ferrenha disputa política entre democratas e republicanos. Além da crise no país, os investidores acreditam que o ambiente de incertezas na Europa, agravado ontem pelo rebaixamento do rating da Grécia pela agência de classificação Standard and Poor’s, aumentará as turbulências dos mercados. A hipótese de uma recuperação já é considerada viável pelos analistas somente com um desfecho rápido e favorável para o debate do endividamento dos EUA.


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