O Banco Central (BC) deu mais peso às incertezas do cenário externo na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta quinta-feira. No trecho que trata do ambiente internacional, as avaliações ficaram mais pessimistas. Segundo o BC, a percepção do mercado sobre a situação fiscal na zona do euro e, em particular, suas implicações sobre o sistema financeiro regional - mesmo após a divulgação dos testes de estresse realizados em bancos da região - apresentaram "deterioração relevante".
Para o BC, as perspectivas macroeconômicas para a zona do euro continuam apresentando fortes assimetrias: enquanto
Na avaliação do Copom, permanecem ainda incertezas em relação a questões da dívida norte-americana. "No que se refere à política monetária, as economias maduras continuaram com posturas acomodatícias. Sobre inflação, apesar da aceleração recente, os núcleos persistem em níveis moderados no grupo de países do G-3 (EUA, zona do euro e Japão)", diz a ata.
O documento destaca ainda que nos países emergentes observam-se pressões inflacionárias disseminadas e, desde a última reunião do Copom, houve continuidade dos apertos das condições monetárias em diversas economias. Em particular, destaca o Copom o Banco Central chinês (PBOC) elevou novamente as taxas de referência para depósitos e empréstimos.
Para o BC brasileiro, a recuperação da economia global segue em velocidade distinta e com pressões inflacionárias assimétricas. "As evidências apontam moderação da atividade na margem, em parte refletindo o aumento da incerteza global, a perda de dinamismo da recuperação norte-americana, o elevado preço do petróleo, bem como os efeitos do aperto monetário em importantes economias emergentes", afirma o Copom.