Mesmo com a crise política que afeta os mercados cinco dias antes do prazo estipulado para que os Estados Unidos declarem moratória, os republicanos da Câmara dos Representantes decidiram adiar mais uma vez, nesta quinta-feira, a votação de um plano para reduzir o déficit orçamentário e aumentar o teto da dívida do governo federal.
Os congressistas chegaram a iniciar as discussões sobre o plano, com votação marcada para acontecer inicialmente às 19h (horário de Brasília), mas os Republicanos acabaram adiando a decisão por não contarem com o apoio de todo o partido. A expectativa é de que os congressistas votem ainda na noite desta quinta-feira.
O presidente dos EUA, Barack Obama, quer que o Congresso eleve o limite de endividamento apenas uma vez, de forma que não haja necessidade de debater esse assunto novamente ao longo de 2012, ano de eleições no país.
O deputado republicano John Boener, que preside a Câmara dos Representantes, está tentando obter um número de votos suficiente para aprovar o projeto. A maioria dos deputados é republicana, mas alguns discordam do plano. Os democratas, que são minoria na Câmara, devem votar em bloco contra o projeto de lei. Para eles, essa proposta está "fora de lugar", já que não faria nada além do que adiar por seis meses a solução do problema e colocaria "os Estados Unidos em perigo".
"Nós absolutamente precisamos evitar a crise iminente que poderia forçar o governo dos EUA a um default e colocar nossa economia numa espiral de queda", disse o presidente do Comitê de Regulações da Câmara, o republicano David Dreier, no início do debate. "Não podemos e não faremos isso de forma a criar uma crise ainda maior no futuro."
Já o líder da maioria democrata do Senado, Harry Reid, disse que "os republicanos não podem aprovar o curativo de curto prazo na Câmara hoje" e afirmou que a ala mais conservadora do Partido Republicano está "mantendo a economia como refém". O líder da minoria republicana no Senado, Mitch McConnel, respondeu às críticas de Reid, dizendo ser "inconcebível que eles efetivamente bloqueiem o único projeto de lei que pode passar pela Câmara e evitar um default no momento".
Com agências