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Estado de Minas

Mesmo com oferta de vagas empresas de BH têm dificuldade para contratar

Falta de qualificação e alta rotatividade de profissionais faz empresas mudarem estilo de gestão


postado em 29/07/2011 15:17 / atualizado em 29/07/2011 16:59

A taxa de desemprego na Grande BH em junho foi a menor para o mês desde 1995, início da série histórica da Pesquisa de Emprego e Desemprego. No mês passado, o índice de desemprego foi de 7,7% da população economicamente ativa, ou o equivalente a 188 mil pessoas, segundo pesquisa realizada pela Fundação João Pinheiro, em parceria com o Dieese.

Mesmo com o cenário positivo, as empresas estão encontrando dificuldade para contratar mão-de-obra qualificada e para manter o profissional por longo prazo. A alta rotatividade, inclusive, está mudando a forma de as empresas lidarem com seus funcionários e reforçando a necessidade de colocar em prática um plano de carreira.

Diretor da Sava Imóveis, empresa de Belo Horizonte, Bruno Guerra explica que o crescimento da economia e a maior oferta de emprego estão fazendo com que o trabalhador troque de empresa, antes mesmo de serem capacitados plenamente para a função que ocupavam. Para evitar a perda de funcionários, o empresário mudou a gestão e criou um plano de carreira. “Eles mudam por causa de salário. Então resolvemos dar aos trabalhadores um aumento gradual durante o ano. Ao invés de ele dar um salto de 15% de aumento, vai ganhar cinco por cento de três em três meses. Isso faz com que a ansiedade de estar sempre crescendo diminua”, afirma Guerra.

A variedade na oferta de empregos e a falta de qualificação dos trabalhadores também estão dificultando os processos seletivos. As empresas reclamam que um grande número de pessoas se candidata a vagas para as quais não têm formação específica. “Fiz um processo seletivo para contratar uma recepcionista onde 15 pessoas participaram. Ao fim das entrevistas, duas pessoas que não passaram me procuraram e perguntaram sobre uma vaga de auxiliar de costura”, conta Bruno Guerra. O comportamento dos candidatos levou a empresa a mais uma mudança. Há um ano, o processo seletivo passou a ser contínuo. Durante o ano inteiro são feitas entrevistas para formar um banco de profissionais e garantir uma reposição mais rápida.

Outros setores

Atuante na área de Tecnologia da Informação, que vem crescendo cada dia mais em Minas Gerais, a Sydle recebeu em julho 300 inscrições para um processo seletivo. Apenas 82 foram selecionadas e nove contratadas. Em 2010, o Recursos Humanos fez cerca de 350 entrevistas e somente 45 pessoas conseguiram o emprego. “Há uma enorme falta de qualificação no mercado. Principalmente do profissional que saiba onde e como buscar conhecimento. A maioria que se inscreve está sem foco, vai para onde o mercado está aquecido”, explica Alessandra Ravaiani, analista de recursos humanos na Sydle.

Segundo ela, a defasagem do profissional é consequência da falta de experiência durante a faculdade. Mas, mesmo com a dificuldade de encontrar o funcionário ideal, a empresa já contratou no primeiro semestre de 2011 mais pessoas do que todo o ano passado. Isso se deve, segundo a analista, ao crescimento do mercado de tecnologia da informação em Minas Gerais. "A empresa está crescendo muito. Em seis anos, o número de profissionais subiu 590%. Tudo isso em função do mercado de TI que está bastante aquecido", conta. 


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