A taxa de desemprego na Grande BH em junho foi a menor para o mês desde 1995, início da série histórica da Pesquisa de Emprego e Desemprego. No mês passado, o índice de desemprego foi de 7,7% da população economicamente ativa, ou o equivalente a 188 mil pessoas, segundo pesquisa realizada pela Fundação João Pinheiro, em parceria com o Dieese.
Mesmo com o cenário positivo, as empresas estão encontrando dificuldade para contratar mão-de-obra qualificada e para manter o profissional por longo prazo. A alta rotatividade, inclusive, está mudando a forma de as empresas lidarem com seus funcionários e reforçando a necessidade de colocar em prática um plano de carreira.
Diretor da Sava Imóveis, empresa de Belo Horizonte, Bruno Guerra explica que o crescimento da economia e a maior oferta de emprego estão fazendo com que o trabalhador troque de empresa, antes mesmo de serem capacitados plenamente para a função que ocupavam. Para evitar a perda de funcionários, o empresário mudou a gestão e criou um plano de carreira. “Eles mudam por causa de salário. Então resolvemos dar aos trabalhadores um aumento gradual durante o ano. Ao invés de ele dar um salto de 15% de aumento, vai ganhar cinco por cento de três em três meses. Isso faz com que a ansiedade de estar sempre crescendo diminua”, afirma Guerra.
Outros setores
Atuante na área de Tecnologia da Informação, que vem crescendo cada dia mais em Minas Gerais, a Sydle recebeu em julho 300 inscrições para um processo seletivo. Apenas 82 foram selecionadas e nove contratadas. Em 2010, o Recursos Humanos fez cerca de 350 entrevistas e somente 45 pessoas conseguiram o emprego. “Há uma enorme falta de qualificação no mercado. Principalmente do profissional que saiba onde e como buscar conhecimento. A maioria que se inscreve está sem foco, vai para onde o mercado está aquecido”, explica Alessandra Ravaiani, analista de recursos humanos na Sydle.
Segundo ela, a defasagem do profissional é consequência da falta de experiência durante a faculdade. Mas, mesmo com a dificuldade de encontrar o funcionário ideal, a empresa já contratou no primeiro semestre de 2011 mais pessoas do que todo o ano passado. Isso se deve, segundo a analista, ao crescimento do mercado de tecnologia da informação em Minas Gerais. "A empresa está crescendo muito. Em seis anos, o número de profissionais subiu 590%. Tudo isso em função do mercado de TI que está bastante aquecido", conta.