Taxistas fecharam hoje o acesso a um dos principais aeroportos da Grécia e bloquearam o tráfego na rodovia central, cortando o país pela metade. A ação foi colocada em prática depois que a última reunião com o governo não levou a uma solução sobre as reformas propostas para o setor.
Os protestos, que entram em sua terceira semana, tiveram início depois que os taxistas se reuniram com o ministro dos Transportes, Giannis Ragkousis, para tentar chegar a um acordo sobre os planos do governo de abrir o setor.
"A paciência do setor acabou. A situação está fora de controle. Se houver danos, não seremos responsabilizados", disse Thimios Lymberopoulos, presidente da Associação pan-helênica de taxistas.
Em Creta, centenas de taxistas impediram ônibus de entrarem no aeroporto de Iraklion para deixar e pegar passageiros. Segundo relatos dos meios de comunicação gregos, houve confrontos entre a polícia e manifestantes no aeroporto e as autoridades usaram gás lacrimogêneo para dispersar o conflito.
Por causa do bloqueio, os passageiros foram forçados a carregar suas malas por cerca de 500 metros para não perderem seus voos, após serem deixados nas vias que cercam o aeroporto.
Na região central da Grécia, os manifestantes bloquearam uma rodovia nacional que dá acesso à ponte sobre o rio Antirio, a segunda maior ponte estaiada do mundo e importante ligação rodoviária que liga as regiões sul e central do país.
Em Atenas, cerca de 1.000 táxis bloquearam a principal avenida perto do Ministério dos Transportes, provocando sérios problemas de tráfego.
Ragkousis, que se reuniu com os taxistas na manhã de hoje - o segundo encontro em quatro dias - ameaçou cancelar as licenças dos taxistas se eles continuarem a adotar meios ilegais de protesto.
Realizadas no pico do verão grego, as manifestações são consideradas particularmente danosas para a imagem do país e para a indústria do turismo.
"As condições que afetam os visitantes estrangeiros e gregos em vários destinos turísticos são vergonhosas e degradantes - inaceitáveis para um país cuja grande parte da economia depende do turismo", disse a federação pan-helênica de hoteleiros, em comunicado.
Em questão, está o plano do governo grego de aumentar a emissão de licenças para taxistas, medida que, segundo os trabalhadores, vai reduzir o valor das atuais licenças.
Em maio do ano passado, a Grécia recebeu uma pacote de ajuda de 110 bilhões de euros dos membros da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI). Em troca do empréstimo, a Grécia prometeu uma série de reformas para reduzir seu déficit e abrir sua economia, altamente regulada.
Dente as leis aprovadas no início deste ano está a liberalização radical de cerca de 150 profissões regulamentadas - que vão de taxistas a contadores - retirando cotas e outras restrições que impedem novas pessoas de exercerem essas atividades. As informações são da Dow Jones.