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Estado de Minas

Dólar facilita importação e indústria tem pior resultado do semestre desde 2009


postado em 02/08/2011 11:15 / atualizado em 02/08/2011 16:01

A redução da demanda interna e a entrada de produtos importados explicam o recuo de 1,6% na produção industrial em junho, na comparação com maio, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A produção industrial acumulou expansão de 1,7% nos seis primeiros meses, ante igual período no ano anterior. Trata-se do pior resultado para um semestre desde a segunda metade de 2009. Esse é o pior resultado da produção desde 2009. Segundo André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE, a diminuição da demanda interna é explicada pelas medidas macroprudenciais tomadas pelo governo para conter o consumo.

"Entre os fatores que configuram o cenário de recuo da produção industrial, você tem uma diminuição da demanda interna, e aí tem o impacto da redução do prazo do crédito e das maiores dificuldades para o financiamento. Mas há também a maior penetração de produtos importados, que acabam substituindo a produção local e aumentando o estoque de alguns setores", explicou Macedo. O pesquisador apontou o setor de refino como a principal perda na produção no mês de junho, com recuo de 8,9% ante maio. "É a principal perda quando se observa algumas atividades afetadas. O refino foi afetado pela paralisação de algumas plantas industriais", disse.

Estoques

Os setores siderúrgico e de fabricação de automóveis estão com estoques acima do normal, influenciando o recuo da produção em junho, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A queda na produção de veículos automotores foi de 1,4% em junho ante maio, enquanto a atividade de metalurgia básica recuou 2,1% e a de produtos de metal caiu 10,9%. "Veículos automotores e metalurgia básica mostraram um nível de estoque acima do usual. Isso tem a ver com essa menor demanda interna pelos produtos", disse André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE.

Ramos de atividade

A produção industrial do País, que avançou 1,7% no acumulado do ano, registrou taxas positivas no período em todas as categorias de uso, 19 dos 27 ramos pesquisados, 45 dos 76 subsetores e 54 3% dos 755 produtos investigados, segundo dados divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre as atividades, veículos automotores,

com expansão de 6,2%, manteve-se como a maior contribuição, impulsionada pelos resultados positivos da maior parte dos produtos pesquisados no setor (aproximadamente 80%).

Também tiveram destaque os avanços de outros setores, como: equipamentos de transporte (12,5%), farmacêutica (6,4%), equipamentos de instrumentação médico-hospitalares, ópticos e outros (20,8%), minerais não metálicos (4,8%), indústrias extrativas (3,0%), máquinas e equipamentos (2,1%) e refino de petróleo e produção de álcool (2,0%). Nestes ramos, os principais itens responsáveis pelo desempenho positivo foram, respectivamente, caminhões, veículos para transporte de mercadorias e caminhão-trator; aviões e motocicletas; medicamentos; relógios; ladrilhos e placas de cerâmica, cimentos "portland" e massa de concreto; minérios de ferro; partes e peças para máquinas de terraplenagem, motoniveladores e aparelhos carregadoras-transportadoras; e gasolina e óleo diesel.

Na direção contrária, os ramos de produtos têxteis (-12,6%), outros produtos químicos (-2,4%), bebidas (-4,6%) e alimentos (-1,3%) exerceram as principais pressões negativas sobre a média global, influenciados em grande parte pelos itens roupas de banho e tecidos de algodão; herbicidas para uso na agricultura; preparações em xarope e em pó para elaboração de bebidas; e açúcar cristal e sucos concentrados de laranja, respectivamente.

Entre as categorias de uso, o resultado para os primeiros seis meses do ano confirmou o maior dinamismo vindo do setor produtor de bens de capital (6,5%), impulsionado pela maior produção de bens de capital para transporte e para construção. O segmento de bens de consumo duráveis, que apontou expansão de 2,0% frente a igual período do ano anterior, também mostrou crescimento acima da média nacional (1,7%). Já a produção de bens intermediários avançou 1,2% no fechamento do primeiro semestre de 2011, enquanto a de bens de consumo semi e não duráveis assinalou ligeira variação positiva (0,2%).

Junho


A produção avançou em 18 dos 27 setores industriais em junho, na comparação com igual mês do ano passado, segundo o IBGE. As contribuições positivas mais relevantes foram de veículos automotores (2,5%), outros equipamentos de transporte (12,1%), farmacêutica (6,9%), material eletrônico e equipamentos de comunicações (10,0%), indústrias extrativas (3,9%), minerais não metálicos (5,9%) e fumo (21,0%).

Nessas atividades, sobressaíram as maiores produções dos itens: caminhões, caminhão-trator e veículos para transporte de mercadorias; aviões e motocicletas; medicamentos; telefones celulares e aparelhos de comutação para telefonia celular; minérios de ferro e óleos brutos de petróleo; cimentos "portland" e ladrilho e placas de cerâmica; e fumo processado.

Na direção oposta, os impactos negativos mais importantes foram assinalados por têxtil (-16,6%), bebidas (-10,4%), refino de petróleo e produção de álcool (-4,9%), alimentos (-2,4%) e metalurgia básica (-3,4%), pressionados em grande parte pela menor fabricação de roupas de banho de algodão; cervejas e chope; óleo diesel e nafta para petroquímica; açúcar cristal e sucos concentrados de laranja; e bobinas a frio de aços ao carbono.

 

Bens duráveis


Os setores ligados à produção de bens de consumo duráveis e semiduráveis mostram um comportamento negativo no segundo trimestre deste ano, afirmou o gerente da Coordenação de Indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), André Macedo. "Seja por causa do encarecimento das condições de crédito, que acabam afetando a produção de bens de consumo duráveis, especialmente a produção de automóveis; seja diante da penetração maior de produtos importados, que de alguma forma afeta a produção de bens destinados ao consumo doméstico - como o setor de calçados, vestuário, bebidas - há claramente um comportamento negativo nesse segundo trimestre do ano", disse.

A produção de bens de consumo duráveis caiu 1,0% no trimestre encerrado em junho, frente ao mesmo trimestre de 2010. No primeiro trimestre de 2011, houve alta de 5,1% nesse segmento e, no último trimestre de 2010, a variação foi de 1,5%.v Já a produção de bens de consumo semiduráveis e não duráveis recuou 0,3% no trimestre encerrado em junho, ante igual período do ano anterior. No primeiro trimestre de 2011, o resultado tinha sido de alta de 0,7%, enquanto no último trimestre de 2010 a variação foi positiva de 1,6%.

O resultado da produção industrial como um todo foi de 0,7% no segundo trimestre do ano, ante expansão de 2,6% no primeiro trimestre de 2011 e alta de 3,3% no quarto trimestre de 2010. "Um maior ritmo da produção no primeiro trimestre, a maior penetração de produtos importados, o encarecimento nas condições de crédito, aumento dos juros e diminuição dos prazos para financiamento, formam um cenário para se entender o comportamento menos intenso da produção industrial, especialmente nesse segundo trimestre do ano", explicou o gerente do IBGE.

No fechamento trimestral, a produção de bens de capital e de bens intermediários continua em território positivo. A produção de bens de capital subiu 4,5% no segundo trimestre, contra altas de 8,6% no primeiro trimestre do ano e de 7,1% no último trimestre de 2010. Já a produção de bens intermediários subiu 0 5% entre abril e junho de 2011, após altas de 1,9% no trimestre imediatamente anterior e de 3,9% nos últimos três meses do ano passado. "A produção de caminhões e veículos para transporte de mercadorias e de equipamentos para a construção civil ainda sustentam os resultados positivos da produção de bens de capital", disse Macedo.


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