O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) informou nesta segunda-feira que vai apoiar as medidas de aumento da competitividade de setores industriais mais ameaçados pelo câmbio valorizado por meio de R$ 6,7 bilhões em crédito, como parte da nova etapa do programa BNDES Revitaliza. A taxa fixa de juros das operações do programa, que terá dotação orçamentária de R$ 6,7 bilhões até 31 de dezembro de 2012, será de 9%. Essa linha será estendida agora do setor de autopeças para os de bens de capital, têxtil e confecção, calçados e artefatos de couro, software, prestação de serviços de tecnologia da informação, pedras ornamentais, beneficiamento de madeira, beneficiamento de couro, móveis de madeira, frutas in natura e processadas e cerâmicas, informou o BNDES. As novas medidas também farão o BNDES voltar a atuar no crédito para capital de giro em condições mais competitivas, a exemplo do que fez após a crise de 2008, mas com uma ação restrita a micro e pequenas empresas. O banco ampliará o orçamento do programa BNDES Progeren dos atuais R$ 3,4 bilhões para R$ 10,4 bilhões, com taxas de juros de 10% a 13% ao ano, até dezembro de 2012. O prazo total do financiamento também será aumentado de 24 meses para até 36 meses (com 12 meses de carência). O prazo de vigência será até 31 de dezembro de 2012. O programa também atenderá empresas médias dos setores de autopeças, móveis e artefatos de madeira, bens de capital, produtos têxteis, confecções, artigos de vestuário e acessórios, instrumentos e materiais para uso médico e odontológico e artigos ópticos, equipamentos de informática e periféricos, material eletrônico e de comunicações, brinquedos e jogos recreativos. Nas regiões Norte e Nordeste, empresas médias de todos os setores também estão habilitadas para a linha de capital de giro. Entre as principais medidas do programa Brasil Maior, a nova política industrial do governo, está a prorrogação do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) por mais um ano, agora até o final de 2012. O orçamento autorizado do programa já é de R$ 75 bilhões, parte dele subsidiado pelo Tesouro Nacional. Além do financiamento à aquisição de bens de capital, exportação, inovação e veículos comerciais (ônibus e caminhões), o PSI também contemplará agora os segmentos de partes e componentes, equipamentos de tecnologia da informação de tecnologia nacional, ônibus híbridos. O banco de fomento também vai criar o programa BNDES Qualificação no âmbito da nova política industrial, com R$ 3,5 bilhões para financiar programas de treinamento técnico de mão de obra até 30 de abril de 2013. A taxa dessa linha será a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP, de 6% ao ano), mais 0,9%, acrescida da taxa de risco do tomador, informou o BNDES. Como o estímulo ao investimento privado em pesquisa e desenvolvimento foi considerado uma prioridade da nova política industrial, o BNDES incrementará suas linhas para inovação, incluindo o instrumento de limite de crédito pré-aprovado para empresas inovadoras e o crédito de R$ 2 bilhões para a carteira de projetos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Na atuação setorial, o BNDES criará ou renovará programas especiais para os setores de petróleo e gás, produtos farmacêuticos, softwares, indústria aeronáutica e cadeia plástica.